Essa semana demos a largada no calendário nacional de competições de atletismo e natação paralímpicos, lá em Porto Alegre. O Rio Grande do Sul conta com cerca de 100 atletas com deficiência, que participaram da etapa de abertura do Meeting Loterias Caixa.
Para quem não conhece, os Meetings são uma adaptação aos tradicionais Circuito Regionais e Nacional Loterias Caixa, que são realizados pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) desde 2005. E esse ano, a abertura da temporada de Meetings coincidiu com o fim das férias de quatro atletas de peso, que disputaram os Jogos Paralímpicos de Tóquio. Maria Carolina Santiago, dona de cinco medalhas na capital japonesa, foi uma das que caiu na piscina neste sábado ensolarado em Porto Alegre.
“Foi muito bom encerrar as férias um pouquinho antes e poder representar o União junto com meus amigos daqui do Sul, e estar próximo dos atletas mais jovens, que estão começando agora, fiquei muito feliz e animada para começar o novo ciclo [paralímpico]”, comentou Carol.
Dois outros companheiros de GNU de Carol e integrantes da delegação brasileira nos Jogos Paralímpicos de Tóquio também nadaram na manhã deste sábado. Os gaúchos Roberto Alcalde e Susana Schnarndorf caíram na água e gostaram do resultado.
“Eu comecei a nadar aqui no GNU, então é muito bom voltar e competir aqui, gostei do tempo, acho que foi importante participar e estou muito feliz“, disse Susana, sexta colocada em Tóquio nos 150m medley da classe S4. Neste meeting, ela nadou em 3min08s23.
“Deu para descansar bastante desde o fim dos Jogos Paralímpicos de Tóquio, e este Meeting coincide com o fim de nossas férias. Na segunda-feira, recomeçamos os treinamentos em São Paulo, e eu nadei muito bem, nunca havia retornado de férias com desempenho tão bom”, comemorou Alcalde, que nadou em 57s88 os 50m livre pela manhã.
Já no atletismo, tá surgindo uma geração talentosa, com resultados importantes. É o caso de Wallison André Fortes, de 25 anos. Ele é da classe T64, para amputados de perna. Nos 200m, ele foi o mais rápido com 24s57, e nos 400m ficou a apenas 45 centésimos do recorde brasileiro, que pertence a ele mesmo. Na pista da Sogipa, ele marcou 53s18.
Também nas provas rasas, na classe T47 (amputação de membro superior), Vanessa Molon, representante do RS Paradesporto, ficou a 80 centésimos de quebrar um recorde brasileiro que já dura oito anos. Nos 100m, ela correu em 13s56, enquanto que a melhor marca do país nesta classe para esta distância é de Teresinha de Jesus, de junho de 2013, com 12s86.
A coisa tá ficando braba, hein? Se continuar nesse nível, com certeza levaremos muitas medalhas nos próximos Jogos Paralímpicos. A próxima etapa do Meeting será no sábado, 9, em Florianópolis, com atletismo. Bora acompanhar?