Augusto Ruiiz: Explica como a depressão funciona.

Ae! Tudo de boa? Eu sou o Augusto Ruiiz, estudante de medicina do quarto ano, aqui no interior de SP, resolvi trazer ao DeuClick, na minha coluna informações para o espaço do “Fique Bem”, pois um dos maiores problemas quando falamos de saúde é a desinformação. Então bora te ajudar a saber um pouco mais sobre a doença que mais cresce no últimos tempos “A Depressão”.

Nos últimos anos, a depressão tem ganhado cada vez mais atenção da sociedade pela forma como se manifesta e suas implicações na vida das pessoas, impressão sua que esta doença é algo de apenas adultos que já tem problemas de ” gente grande” A depressão é uma doença que não é igual para todos, cada indivíduo terá suas particularidades e desenvolverá comportamentos diferentes e sim está entre crianças e adolescentes ou jovens adultos como você.

Precisa ficar ligado, pois existem portadores de depressão e estados depressivos que são originados por questões cotidianas ou mesmo questões externas.

O que rola que a depressão representa uma má comunicação, por isso chamamos a depressão de um distúrbio neuropsiquiátrico, devido à má comunicação e sinalização do paciente.

VEJA ALGUNS SINTOMAS

• Sentimento de tristeza, desesperança ou vazio;
• Vontade de chorar maior que o habitual;
• Raiva ou irritabilidade constante;
• Problemas ao dormir ou dificuldade para acordar;
• Perda de interesse em hobbies e atividades que antes geravam prazer;
• Fadiga constante;
• Falta de energia e disposição;
• Mudanças no apetite, levando a perdas nutricionais ou ganho de peso;
• Isolamento;
• Dificuldade para se concentrar e problemas de memória.
Esses são apenas alguns exemplos, mas a lista é grande e pode variar caso a caso.

Sim é foda ter quer lidar com alguém assim é um aprendizado, pois estamos agora falando em saúde mental, com uma geração com novos “problemas” em lidar com antigas e novas questões e que as redes sociais parece tocar profundamente nessas feridas  ou ajudar num comparativo desleal. Ai rola um desdém para com quem sofre de doenças mentais, sendo a depressão uma das mais comuns.

De acordo com a dona Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil é o segundo país das Américas com maior número de pessoas depressivas, o equivalente a 5,8% da população – taxa que está acima da média global (4,4%) – atrás dos Estados Unidos, com 5,9%.

Além disso, ocupamos o primeiro lugar quando a questão é a prevalência de casos de ansiedade.

A PNS traz outras informações interessantes: as regiões urbanas registram a maior prevalência de casos de depressão (10,7%), enquanto nas áreas rurais o índice é de 7,6%.

Estados do Sul e Sudeste têm 15,2% e 11,5%, respectivamente, de adultos com diagnóstico confirmado de depressão. Em seguida, aparecem Centro-Oeste (10,4%), Nordeste (6,9%) e Norte (5%).

Quando analisados os dados por sexo, as mulheres são as que mais sofrem de depressão: 14,7%, frente a 5,1% dos homens.

A venda de antidepressivos cresceu 17% no Brasil durante a pandemia, sendo os estados do Amazonas e Ceará os que mais compraram medicamentos controlados na pandemia.

Precisamos, sim, entender a gravidade da depressão, sem anular o fato de que a tristeza também é um sentimento comum ao decorrer da vida. Nem toda tristeza precisa ser tratada, exclusivamente, com um comprimido.

Parafraseando Shakespeare, há muito mais conexões entre a depressão e o nosso organismo do que a ciência e até a nossa filosofia. Ou seja, a nossa mente é muito do que somos e, para estarmos bem, é preciso compreendê-la.

O acompanhamento psicológico é essencial para fornecer a ajuda necessária na distinção da doença para um sentimento ruim, porém os primeiros sinais podem ser identificados pelas pessoas próximas através de sintomas e da mudança de comportamento.

Ao notar uma mudança de comportamento e sintomas como os já citados acima, busque ajuda e oriente o paciente a buscar um tratamento o quanto antes.

A MENTE E O CORPO SE COMPLEMENTAM 

Sabia que nossos sentimentos podem atingir nosso sistema imunológico e nossos órgãos? É o que chamamos de somatização.

Algumas doenças como lúpus, artrite, fibromialgia e vitiligo têm relação com as emoções.

Muitos pacientes buscam tratamento reclamando de dores e manchas no corpo em que os exames não apontam nenhuma causa. É aí que esse paciente precisa ser encaminhado para um psiquiatra ou terapeuta para tentar descobrir qual é a raiz emocional desse problema.

Aliás, você já ouviu falar que o intestino é o nosso segundo cérebro? Essa afirmação não surgiu atoa.

Existe algo na medicina que chamamos de “conexão cérebro-intestino”, sim tudo tá ligado como o like no crush e ser notado. sacou?

Talvez você não esteja familiarizado com o termo, mas com certeza já sentiu na própria pele sintomas como:
• Uma leve dor de barriga antes de uma viagem ou evento importante;
• Náuseas às vésperas de apresentar um trabalho ou uma palestra;
• Sensação de “borboletas” no estômago ao encontrar uma pessoa amada.

O trato gastrointestinal, por mais incrível que pareça, é sensível às nossas emoções. Por isso, sentimentos de raiva, ansiedade, tristeza e euforia também podem desencadear sintomas no intestino. É fascinante o poder que o cérebro tem sobre o trato digestivo e vice versa.

Veja como é: somente por pensar em comer algo que gostamos, podemos desencadear a produção e liberação de suco gástrico no estômago.

E o oposto também é verdade: um intestino com problemas pode enviar sinais para o cérebro. Por isso, especialistas de Harvard acreditam que o desconforto intestinal também pode ser a causa ou o produto de ansiedade e depressão.

Já ouviu falar sobre o neurotransmissor “serotonina”, que é responsável pela sensação de bem-estar? Pelo menos 90% desse neurotransmissor é produzido no intestino por células presentes no sistema gastrointestinal.

As fibras aferentes são responsáveis por levar as informações que o corpo obtém do meio externo e de seu interior até o sistema nervoso central que, por sua vez, garantem que os impulsos do sistema nervoso central cheguem até os órgãos efetores.

Mas existe, de fato, uma correlação muito importante entre a produção de serotonina no intestino e no cérebro.

Isso porque os mesmos elementos bioquímicos utilizados para a construção do neurotransmissor no intestino devem ser assimilados, aproveitados e distribuídos para produzir a serotonina no cérebro.

Quando isso não acontece, essa sinalização é conduzida até o cérebro através de um nervo chamado de nervo vago, provocando um aumento de citocinas inflamatórias que, por meio de enzimas, desviam a produção de serotonina.

Isso faz com que o aminoácido triptofano, base para a construção do neurotransmissor, seja utilizado pela via das tríades.

Simplificando, todo esse processo faz com que ocorra o aumento de algumas substâncias que provocam efeitos depressivos ou efeitos de excesso de estímulo no sistema nervoso central.

Ou seja: qualquer situação ou hábito que desequilibre a harmonia existente no seu intestino, uma das grandes impactadas será a serotonina.

Outro aspecto essencial para o nosso bem-estar está relacionado à microbiota intestinal que se trata de um conjunto de microorganismos (bactérias e fungos, por exemplo) diretamente ligado à assimilação de nutrientes, regulação do metabolismo e da taxa de açúcar no sangue.

E, claro, à produção de hormônios que influenciam a nossa química cerebral.

Um estudo publicado no periódico científico ‘Cell’ resolveu investigar justamente o papel da microbiota na produção de serotonina em camundongos.

Os pesquisadores começaram analisando os níveis periféricos de serotonina em camundongos com populações normais de bactérias intestinais e também naqueles livres de micro-organismos (ou seja, com uma microbiota “zerada”).

Segundo o estudo, camundongos sem flora intestinal produziam aproximadamente 60% menos serotoninas do que seus pares com uma microbiota normal e íntegra.

Quando esses camundongos livres de germes foram recolonizados com micro-organismos intestinais normais, os níveis de serotonina voltaram a subir – mostrando que o déficit de serotonina pode ser revertido.

Em outras palavras: a primeira chave para ‘reativar’ a fábrica de serotonina e aumentar a produção desse neurotransmissor pode estar justamente no seu intestino.

Jessica Yano, umas das autoras do artigo comenta que as células enterocromafins são ricas fontes de serotonina no intestino e que elas parecem depender de micróbios para produzir serotonina.

Está se criando um senso de que o primeiro passo para investigar um quadro depressivo começa, justamente, com a análise da microbiota e funcionamento gastrointestinal do paciente, porém, ainda se fala muito pouco nisso.

Evitando entrar a fundo na seara polêmica que envolve a indústria farmacêutica, podemos dizer que talvez este seja um caminho que funcione melhor e seja menos lucrativo do que uma caixa de remédios.

O uso dessas substâncias pode salvar uma vida, em momentos pontuais. Não devemos ignorar os tratamentos tradicionais que são fontes de estudos há anos.

A única objeção é em relação a uma orientação de tratamento que se baseia, única e exclusivamente, no remédio controlado sem investigar o paciente como um todo, muito menos seus hábitos de vida.

Nestes casos, apenas receitar uma tarja-preta é o mesmo que cobrir o sol com uma peneira.

Além disso, é preciso levar em conta o impacto destes tratamentos que possuem alto risco de adicção.

Não são raros os casos de usuários crônicos destas drogas que, nessa jornada, acabam por se perder em dois caminhos:
1. Ou ampliam as doses, que acabam por perder efeito.
2. Ou mudam a medicação para outra classe, buscando uma solução ainda não encontrada.

A depressão, assim como outras doenças mentais, existe e exige sim um tratamento. Negligenciar essa doença pode trazer problemas graves ao paciente e às pessoas à sua volta, portanto, é de extrema importância que se busque um tratamento.

Mas não se prenda exclusivamente ao tradicional. Consulte um nutricionista para saber formas de melhorar através da alimentação.

Não deixe de buscar um profissional psiquiátrico, que vai te ajudar a entender sua condição e o que precisa fazer para melhorar.

Nunca subestime um diagnóstico e permaneça com o tratamento. A depressão tem cura!

Aguardo você para as próximas coluna que é quizenal, onde vamos nos aprofundar em “Impotência Sexual” e acredite não é assunto para os homens idosos não.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui