A gente até se sente velho com essa informação, mas é fato que novos profissionais, especialmente aqueles que nasceram de 2000 em diante, chamados de geração Z, estão entrando no mercado de trabalho. E eles não se submetem mais aos mesmos padrões sociais e comportamentais das gerações anteriores, viu? É o que explica o advogado e MBA em Gestão e Negócios, Sergio Vieira.
A coisa tá mudando real e para o especialista, esses são profissionais com outras formas de pensar e de agir e que não se encaixam nos perfis das vagas abertas, no modelo de trabalho versus remuneração, que não estão dispostos a passar pelos tradicionais processos seletivos e que quando eventualmente se submetem e ingressam nas companhias tendem a não permanecer por muito tempo na empresa gerando uma frustração mútua tanto em si próprio quanto no empregador.
“É comum ouvirmos que ‘esta molecada não está nem aí para a hora do Brasil’, que ‘querem só o bônus e não o ônus’, dentre tantas outras expressões. Contudo, a meu ver o holofote deva ser colocado sobre as empresas e não sobre estes novos profissionais”, disse.
Sergio, então, questiona: o que as empresas têm feito para atrair os melhores?
“Penso que tenha chegado, ou até mesmo passado a hora do mercado se adequar ao perfil desta nova geração e não mais o inverso. O mercado tem se adaptado, mesmo com as mudanças do mercado sendo muito mais lentas ao meu ver que as mudanças comportamentais das pessoas“.
O especialista continua: “temos aí a última geração das pessoas que nasceram de 2000 em diante entrando no mercado de trabalho agora, a chamada geração Z. São profissionais que já cresceram no mundo digital. Os valores pessoais, familiares e profissionais são outros. Pessoas que não fazem mais questão de tirar carteira de habilitação ao completar os 18 anos porque as formas alternativas de transporte estão aí. São pessoas que já começaram a trabalhar de forma remota, que podem estar em qualquer lugar, em qualquer ambiente, em qualquer horário, produzindo e entregando resultado e que não se enquadram no modelo tradicional de trabalho de segunda à sexta, 8h às 12h e 14h às 18h, batendo ponto, com hierarquia piramidal onde o chefe manda, que é o topo da pirâmide, e a base obedece”, explicou.
A consequência, para Sergio, é que quando essas pessoas entram em empresas tradicionais a tendência é que não durem muito tempo.
“Então, também devem ser mudadas as formas de selecionar os profissionais e a forma de demandar esses profissionais. Percebo que a mudança precisa partir das empresas e dos empresários”, afirmou.
Então, como contratar bons profissionais? Vieira pontuou que é importante que as empresas revejam a forma de ingresso desde o anúncio da vaga.
“A empresa passa a missão e o colaborador tem a obrigação de entregar. Se ele vai entregar de 8h às 18h ou das 18h às 8h, tecnicamente não é pra fazer diferença, desde que ele entregue. É a forma de cobrar, a forma de acompanhar, a forma de tratar esses profissionais, a forma de reconhecê-los, não só financeiramente mas com o reconhecimento pessoal real pelo bom serviço prestado, isso tem sido um ato falho na grande maioria dos empregadores”, finalizou.
E aí, essa informação te deixa entusiasmado ou com um certo medinho? Eu confesso que sinto um pouco dos dois. Então bora se especializar, bora se esforçar, porque o mercado de trabalho tá aí e ele é cruel!