Ícone do boxe brasileiro, Adilson Rodrigues, o Maguila, faleceu no último dia 24, aos 66 anos, vítima da Encefalopatia Traumática de Repetição, conhecida como Demência do Pugilista. Essa condição, que afeta principalmente boxeadores, foi identificada por volta dos anos 1920, quando atletas começaram a apresentar sintomas de uma demência semelhante ao Alzheimer, mas com características vasculares próprias.
O médico angiologista e vascular Álvaro Pereira explica que essa forma de
Ícone do boxe brasileiro, Adilson Rodrigues, o Maguila, faleceu no último dia 24, aos 66 anos, vítima da Encefalopatia Traumática de Repetição, conhecida como Demência do Pugilista. Essa condição, que afeta principalmente boxeadores, foi identificada por volta dos anos 1920, quando atletas começaram a apresentar sintomas de uma demência semelhante ao Alzheimer, mas com características vasculares próprias.
O médico angiologista e vascular Álvaro Pereira explica que essa forma de demência faz com que o indivíduo apresente sintomas como perda de memória, mudanças motoras, confusão mental e alterações de humor. Esses problemas decorrem de traumas repetidos no crânio, que levam a “micro-sangramentos, edemas e processos inflamatórios crônicos no cérebro”. Outros esportistas de contato, como jogadores de futebol americano e rugby, também podem desenvolver essa condição ao longo do tempo.
Segundo o especialista, atualmente há recursos promissores como a fotobiomodulação, técnica que utiliza radiação infravermelha de onda ultra curta para penetrar no cérebro e promover a recuperação das lesões causadas por agentes externos. “Lesões cerebrais como concussões, nevoeiro mental pós-Covid ou pós-quimioterapia podem ser tratadas com a fotobiomodulação”, aponta Pereira.
Apesar de ser uma tecnologia com décadas de existência, a fotobiomodulação chegou às clínicas e ao uso domiciliar apenas nos últimos anos. “O que esperamos é que a fotobiomodulação, também conhecida como Ledterapia, em breve possa ser aplicada para ajudar na recuperação de pacientes com problemas como AVC, demências diversas, déficit cognitivo leve e até melhorar o desempenho cerebral em crianças, adultos e idosos. Muitas pesquisas estão em andamento, e os resultados são muito promissores”, finaliza o médico.
Maguila, além de seu legado como um dos maiores pugilistas brasileiros, deixa uma carreira com 85 lutas, 77 vitórias e títulos como o de campeão continental dos pesos-pesados. Foi o primeiro brasileiro a disputar um título mundial na categoria, tornando-se símbolo do boxe nacional e uma figura carismática que cativou fãs pelo Brasil.
