Com produção musical de Rodrigo Caçapa e distribuição pelo selo Fervo, a Batucada Tamarindo chega com tudo no seu primeiro álbum totalmente autoral: Olóri-Agbáyé. O trabalho é um mergulho profundo na identidade afro-brasileira do grupo, costurando tambores ancestrais, baixos pulsantes, sopros essenciais e texturas eletrônicas em um som que é pura energia e pertencimento. A obra marca uma nova fase do coletivo, que conta com o apoio do programa Rumos Itaú Cultural — um dos principais fomentos à cultura no Brasil — e nasceu da escuta, do afeto e da coletividade.
Gravado no Estúdio Tamarineira, território simbólico de criação, o álbum sintetiza a força que nasce do encontro entre tradição e invenção. O título, uma expressão iorubá que pode ser traduzida como “cabeças universo”, traduz o espírito do trabalho: música como pensamento, conexão e celebração. ✨
“Cabeças Universo” fala sobre a reunião de potências na presença de cada membro da Batucada — profundidade, infinitude, um mundo revelado em forma de música. Cada composição nasce de uma cabeça e, nesse mergulho, os outros entram para agregar com suas vivências. É um banho de criatividade e autoconhecimento coletivo”, revela o grupo.
Formada por Aimê Uehara, Alysson Bruno, Abuhl Júnior, Ilker Ezaki, Maurício Badé e Mestre Nico, a Batucada Tamarindo constrói sua sonoridade no diálogo entre a Zona da Mata Norte de Pernambuco e o Maranhão. Dessa mistura surge uma linguagem que é, ao mesmo tempo, ancestral e contemporânea, carregada de história e frescor.
As oito faixas passeiam por temas como espiritualidade, força feminina, identidade e resistência. De “Ladainha”, com a presença marcante de Dona Zezé, passando por “Becos”, com Dona Neta, ao groove vibrante de “Ferengenge” e o encanto de “Despedida Azul”, que conta com a Yalorisa Genilce d’Ògún, o álbum traduz a essência da Batucada: um corpo plural em constante movimento.
“O primeiro disco da Batucada, lançado em 2019, tinha uma presença masculina muito intensa. Neste segundo, nos permitimos revisitar, explorar e celebrar o feminino que habita em cada um de nós. Foi uma jornada de reconexão com minhas ancestrais e com a força feminina que atravessa minha família”, compartilha um dos integrantes. ✨
Além das vozes e tambores de Dona Zezé, o disco conta com participações de Dona Neta, Mãe Gê, Víh Davice, Helena Sancho, Edy Trombone, Renatinho do Violino, Isa Uehara, Marly Montoni, Rodrigo Caçapa, Webster Santos e outros artistas que ampliam ainda mais o universo sonoro do projeto.
Mais que um álbum, Olóri-Agbáyé é um manifesto de pertencimento — feito para quem quer balançar, flutuar e se perder no compasso dos tambores do mundo.