Festival Negritudes Globo 2025 reúne mais de 11,5 mil pessoas

Foto: Globo

Nesta quinta-feira, 18, o Sesc Pompeia, em São Paulo, virou palco de celebração, reflexão e potência da cultura negra com a nona edição do Festival Negritudes Globo. Mais de 11,5 mil pessoas passaram pelo evento, vivendo momentos de troca, afeto e reconhecimento da ancestralidade negra.

Grandes nomes marcaram presença, como Lázaro Ramos, L7nnon, Thiaguinho, Ana Paula Xongani, Xamã, Antônio Pitanga, Rita Batista, Jennifer Nascimento e Jota.pê, participando de conversas que reforçaram a importância e o impacto da cultura negra no Brasil. ✊

Segundo Ronald Pessanha, líder do Negritudes Globo, na abertura: “Desde sua origem, o Negritudes tem como objetivo trazer o protagonismo negro para o audiovisual. Assim como a sociedade se move, o festival também evolui. Nesta edição, celebramos as pessoas negras da nossa cultura em diferentes áreas e pensamos num futuro promissor para as próximas gerações. O Negritudes Globo está se consolidando como uma plataforma de conexão — entre pessoas negras, profissionais negros e a própria Globo com o Brasil”.

Com curadoria do Sesc São Paulo e patrocínio da Natura, a programação trouxe diversidade e intensidade. No Palco Negritudes, o ator e diretor Antônio Pitanga abriu o dia com um monólogo emocionante sobre histórias negras e ancestralidade, mostrando como nossas raízes são um pilar de conexão. Depois, uma sequência de painéis discutiu legado, pertencimento, identidade e transformação.

A atriz Jennifer Nascimento, protagonista da novela ‘Êta Mundo Melhor!’, participou do painel “Raízes Negras na Cultura Brasileira” ao lado de Carmen Virgínia e do cantor Jota.pê. Ela compartilhou uma história de conquista e pertencimento: “Chegava a lugares e sentia que não era para mim, mesmo trabalhando duro. Hoje, vivendo minha primeira protagonista, sei que esse é o meu lugar. Eu só estava esperando a porta se abrir”.

O bate-papo “Coisas de Mãe” trouxe reflexões profundas sobre maternidade, racismo estrutural e violência urbana com Bia Ben, influenciadora com mais de 11 milhões de seguidores. Ela emocionou o público ao falar sobre perdas familiares e desafios da maternidade em comunidades: “Quando você mora numa comunidade, seu maior medo é criar um filho homem com a responsabilidade de mostrar que ele pode ser milhares de coisas”. A mesa foi mediada por João Pimenta, com participação de Dulce Pessanha e Astrid Fontenelle.

O painel “Gerações de Criatividade”, mediado pela apresentadora Thelminha, trouxe discussões sobre legado e representatividade. Os cantores Thiaguinho e Miguelzinho do Cavaco, junto da jornalista Semayat Oliveira, falaram sobre o poder das referências para inspirar novas gerações. Thiaguinho relembrou: “O samba mudou a forma como eu me via enquanto menino preto. Hoje, quando vejo um menino pretinho me assistindo, sei que ele enxerga muito além da música, e isso me motiva”. ✨

No painel “Brasil de muitos Brasis”, a pesquisadora Carla Akotirene refletiu sobre antirracismo e feminismos negros na era digital, ao lado da atriz Tati Tiburcio e do cantor Ton Carfi, mediado pela jornalista Mariana Aldano. Carla alertou: “Não podemos nos deixar deslumbrar por likes ou monetização. A luta antirracista e das mulheres negras vai muito além das redes sociais. Estamos aqui para denunciar o racismo institucionalizado e promover mudanças reais”. ✊

O festival também foi espaço de inovação e criatividade. No Espaço Afrofuturo, pitches e talks mostraram como a criatividade negra transforma mercados e narrativas. O Espaço Infantil Baobá encantou com contação de histórias, bonecos da série Detetives do Prédio Azul e atividades inspiradas em livros como Super Black e Aqualtune, plantando sementes de representatividade desde cedo.

No deck, o desfile de moda afro-brasileira da marca Apartamento 03 e a transmissão ao vivo do podcast Ubuntu Esporte Clube completaram a programação artística. O público também conferiu exposições como “O Poder de Minhas Mãos” (Temporada França-Brasil 2025) e “Ofício: Barro: Sallisa Rosa: Eixo Terra”, além de apresentações no palco Brasilidades, incluindo a cena Pêndulo Suburbano e o monólogo auto ficcional do ator Eduardo Mazeliah.

O dia terminou com um show incrível de Jota.pê, transformando a música em um instrumento de liberdade e pertencimento. Mais do que um festival, o Negritudes Globo é um movimento de conexão, celebrando vozes negras e promovendo encontros que inspiram, transformam e fortalecem a todos.

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