Já conhece o cantor Liège? Ele acaba de lançar o algum “Ecdise”, onde encontramos a musica “Deixa Ir”, que fala dos saberes da floresta para cuidar da saúde, da alma, da vida.
“Deixa Ir” vem com direito a clipe inédito gravado na Ilha do Mosqueiro, lá em Belém do Pará. O clipe é super poético, tem um ritual próprio das matriarcas da família de Liège, que tem origem indígena, evocando de modo poético essa Amazônia ao mesmo tempo ancestral e moderna.
“Deixa Ir será a última faixa do disco a ser lançada antes da apresentação do álbum digital, porque, na verdade, é a síntese desse trabalho. Essa música é muito importante para mim porque resume os caminhos que percorri até a construção de Ecdise. Depois de passear por vários momentos na minha carreira, precisei voltar às minhas origens, reconhecer de onde vim para saber pra onde vou. Assim me reconectei com essa ancestralidade e pude entender melhor os caminhos que decidi seguir. Trouxe para o clipe gerações da minha família: minha bisavó, minha avó, mãe, eu e minha filha, através de um ritual próprio das matriarcas da família que tem origem indígena. Nós também somos responsáveis por perpetuar esses saberes, mantendo viva nossa cultura”, explica.
A música nasceu quando Liège vinha para São Paulo. Ela reflete justamente esse desprendimento da artista. “Essa música fala de um momento muito difícil pra mim, que foi a chegada a São Paulo, quando minha família ainda não tinha chegado, eu estava sozinha. Foi um momento em que eu duvidei do meu trabalho, que pessoas se afastaram de mim. No auge de uma crise de ansiedade, eu fiz Deixa Ir”, relembra.
Vale lembrar que o algum “Ecdise” tem lançamento digital ainda esse mês. Ele vem com dez faixas e traz como convidades especiais como o paulistano Daniel Yorubá e Thiago Jamelão – que também atuou como diretor vocal.
O clipe de “Deixa Ir” ficou sensacional, apresenta quem é Liège, de onde veio e o que ela almeja deixar de legado a partir da sua arte.
“A Amazônia é um assunto muito recorrente e que desperta curiosidade em todo mundo. Para mim, como artista do Norte do país, é muito importante poder mostrar como é nossa relação com a floresta de verdade, sem folclore ou clichês. É uma relação verdadeira que vamos construindo ao longo de nossas vidas e repassando por gerações. São as benzedeiras, os banhos de ervas, a força das águas dos rios e igarapés. Tudo isso faz parte de quem somos, é nosso ponto de partida”, completa a artista. “Nós queremos, sobretudo, contar a nossa história”.
Top, né? Bora dar o play?