José Damasceno é um dos artistas brasileiros com maior inserção no circuito internacional de arte contemporânea. Ele é reconhecido não só pela reflexão de seus trabalhos, mas também pelas múltiplas linguagens de suas obras., pela escala agigantada das peças, além do caráter reflexivo de seus trabalhos. E é claro que a Pinacoteca de São Paulo não deixaria de prestigiar um artista tão célebre, não é mesmo?
No próximo dia 24 a Pinacoteca vai inaugurar a mostra José Damasceno: moto-contínuo na Pina Estação. ela é a primeira a reunir um número gigante de obras da carreira do artista desde o início até aqui, com peças realizadas entre 1989 e 2021.
No total são cerca de 80 obras, sendo 5 delas inéditas e 40 apresentadas pela primeira vez em São Paulo. A mostra conta com esculturas, desenhos, instalações e fotografias, que se reportam ao cinema, à música, ao teatro, à arquitetura e ao próprio campo da arte.
A trajetória de Damasceno é memorável. Poderemos contar com trabalhos jamais vistos em São Paulo e outros que há anos não são apresentados na cidade. Vai ser um verdadeiro show! É o caso de Trilha sonora (2002), peça constituída de longas fileiras de martelo pregados na parede, formando o desenho de uma cordilheira. Essa obra foi montada na Bienal de São Paulo em 2002, e agora, 20 anos depois, o público poderá apreciá-la novamente. Haja nostalgia!
“As obras têm uma presença física importante e se pronunciam no espaço com força, com energia. São visualmente atraentes e são, ao mesmo tempo, reflexivas, enigmáticas. Sugerem sentidos múltiplos e incongruentes e mobilizam faculdades diferentes da percepção do observador”, ressalta José Augusto Ribeiro, curador da exposição.
Ribeiro também aponta uma outra característica do artista que influenciou no nome da exposição. “Os trabalhos de Damasceno parecem vibrar, insinuam movimentações que são de propagação, deslocamento e metamorfose, embora sejam sempre estáticos. Então, mesmo parados, encontram-se em ação. O título, José Damasceno: moto-contínuo, refere-se a isso. A ideia de um engenho com funcionamento autônomo, sem a necessidade de um fator externo, e perpétuo, é uma utopia existente desde pelo menos o Renascimento e que, descobriu-se depois, contraria as leis da termodinâmica, formalizadas no século XVII. O que interessa então reter dessa noção é sua existência como ideia, como pensamento – como projeto de uma máquina com atividade constante, mas impossível, o que ajuda a pensar no que se passa nas obras de Damasceno”, completa.
Top, né? Não vejo a hora de conferir esse trabalho incrível. Se você também curtiu, já anota aí na sua agenda:
Serviço:
José Damasceno: moto-contínuo
Curador responsável: José Augusto Ribeiro
Período: De 24.04.21 a 30.08.21
Pina Estação – 2° andar Largo General Osório, 66 – Santa Ifigênia De quarta a segunda, das 11h às 17h
