Desde o início dos anos 2000, a Disney tenta investir em filmes baseadas nas atrações turísticas de seu parque temático, e tirando “Piratas do Caribe”, que foi a única franquia que vingou nos cinemas, outras obras como “Mansão Mal-Assombrada” e “Tomorrowland”, já não agradaram tanto os fãs. Agora o estúdio investe no Jungle Cruise, com data de estreia nos cinemas e no Premier Access do Disney+, no dia 29 de julho (amanhã).
Felizmente, Jungle Cruise traz uma história cheia de aventura, que chega a ser bem divertida, proporcionando um filme bem no estilo “Indiana Jones”, misturando elementos de “Lara Croft”, dentro do estilo mais familiar da Disney, com que faz que a história funcione, mesmo com as diversas situações e perseguições escapistas, cheias de soluções simples e sem grandes complicações. Ao mesmo tempo atrapalha um pouco o ritmo, principalmente nas cenas de perigo extremo, que devido a limitação da faixa etária da classificação de não recomendado para menores de 12 anos, o diretor não consegue colocar um momento mais mortal ou sangrento, no qual a situação exige isso, devido ao que acontece em cena.
Um dos recursos que ajudam a atrair a atenção do espectador, são os cenários da selva tropical brasileira, que mesmo boa parte sendo em CGI, ainda é algo que contribuem bastante na imersão e na experiência do público, principalmente daqueles, que conhecem a atração turística do Disney World, mas nunca chegaram a conhecer pessoalmente, que pode proporcionar uma breve experiência do que é o Jungle Cruise.
Sobre as principais fontes de referências, é impossível não comparar diretamente com “Indiana Jones”, que vai desde o enredo que envolve um aventureiro, que embarcar em uma jornada cheia de perigos e emoções, em busca de um artefato lendário e místico, até na caracterização do aventureiro, ou nesse caso, a aventureira Lily (Emily Blunt), que é improvável não falar que ela é quase uma versão feminina do professor Jones, até mesmo um chapéu semelhante ao dele, ela usa em um determinado ponto do filme, mas essa comparação pode até ser considerada proposital, já que muitos vão falar sobre ela ser um Indiana Jones de saias, no qual ela não usa saias, o que para dentro da história, é até um absurdo, devido a época que o filme se passa, no qual ver uma mulher de calças não era algo comum, tanto em todo o filme, o roteiro bate nessa mesma tecla, que ela usa calças constantemente, através da interação dela com o Frank (Dwyane Johnson), que chega a cansar depois de tantas vezes isso é mencionado.
O personagem do Dwyane, Frank, funciona pelo carisma natural do ator, que cativa o público, e pelo roteiro criar um personagem que acaba dando certo para ele, sendo o dono de diversos momentos cômico, com o roteiro criando piadas e trocadilhos bem bobos, que causa constrangimento nos outros personagens, e o público ri mais da situação embaraçosa, do que da piada em si.
A Emily Blunt tem bastante dedicação em sua personagem, mas a direção não consegue destacar o que ela pode entregar de melhor, são raros os momentos que sua personagem consegue se destacar, e as vezes quando ela está prestes a sair de um confronto vitoriosa, que era para ser algo triunfante para ela, é atrapalhado por uma tirada cômica, que não a favorece.
O antagonista, interpretado por Jesse Plemons, também é bem mau estabelecido, sua motivação nunca fica clara, ele apenas está atrás da mesma coisa que a protagonista, porquê ele quer, os vilões sobrenaturais, que tem uma participação menor, têm mais destaque e representam maior ameaça do que o vilão principal, até mesmo o motivo deles é bem mais estabelecido, e eles tem um bom design, que ajuda a privilegiar eles em certos confrontos no meio do filme, para colocar um contratempo na trajetória da história.
O roteiro raramente sai do convencional, por isso o filme pode ser bem familiar, já que basicamente, tudo que é visto no filme, já foi feito de forma similar, e poucas coisas surpreende, uma delas é a história de Frank, e porquê ele decide ajudar Lily em busca desse lugar místico.
Jungle Cruise não foge muito do padrão da típica história de aventureiro em busca de um artefato poderoso, mas por ele não ser tão inventivo, e aceitar o que ele é, o filme consegue divertir, seja pelos momentos meramente empolgantes, ou por membros do elenco, que muitos vão ver por esses nomes conhecidos estarem no elenco.
Confira o trailer:
Bruno Martuci é colaborador free lancer voluntário e sua opinião não refletem a do DeuClick.com.br em nenhum assunto desde texto ou futuros.
Revisão: Ricardo Nóbrega