Halloween Kills | Review: Um apanhado de boas ideias com execução duvidosa.

Créditos: Divulgação

Halloween é uma das franquias mais consagradas do cinema e com certeza uma das maiores do terror. Quando então o “Halloween (2018)”  chegou para dar novos ares para a franquia e era de se esperar que tivéssemos uma continuação para o filme após o enorme sucesso de bilheteria. Agora teremos o Halloween Kills: O Terror Continua da dona Universal Pictures.

A sequência aqui começa exatamente de onde o filme anterior parou, assim como fazia o segundo Halloween lá em 1981. Enquanto Laurie (Jamie Lee Curtis) e sua família são transportadas na traseira de uma caminhonete vemos uma ambulância correr na direção da casa da protagonista. 

Os bombeiros é claro acabam sem querer libertando Michael Myers(James Jude Courtney) da armadilha preparada para ele, trazendo de volta o terror aquela noite de Halloween na cidade de Haddonfield. E nessa cena já encaramos brevemente alguns dos problemas que vão perdurar durante o filme: o Super Michael e o grafismo sem muito propósito. 

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O icônico vilão aqui parece a antagonista de Maligno, filme de James Wan que saiu recentemente e que tem diversos momentos de massacre que mais parecem lutas de filmes da Marvel. Nesse meio tempo nossa protagonista vai parar no hospital para tratar suas feridas. 

Desenvolvendo o terror de Myers para além da vida de Laurie.

Conforme o filme avança a população de Haddonfield começa a ficar ciente do ataque de Myers e a atmosfera de medo e desespero começa a tomar conta da pacata cidade. Para desenvolver essa crescente de medo e organizar o núcleo de personagens secundários temos Tommy (Anthony Michael Hall), o garoto de quem Laurie cuidava no primeiro filme. 

Essa construção do caos que a matança do psicopata causa na cidade e suas consequências é com certeza um dos pontos altos do filme. A incompetência das autoridades em lidar com o caso e a multidão fervorosa que decide caçar Myers a qualquer custo nos proporcionam uma das cenas mais tensas de todo o filme. Aqui a cena consegue o raro feito de te fazer pensar “As pessoas seriam burras desse jeito mesmo na vida real”, algo como a cena do massacre no primeiro jogo de Round 6. 

Halloween kills tenta desenvolver melhor os seus personagens secundários para fazer funcionar esse segundo plot do caos na cidade mas infelizmente o filme não consegue obter muito êxito nesse quesito. O filme tenta reviver personagens menos relevantes da franquia como por exemplo Lindsey (Kyle Richards), a criança que a amiga de Laurie cuidava, e que deveria servir como uma ajudante de Tommy. 

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Desperdiçando um plot por não saber trabalha-lo.

Todavia esses personagens apresentados no filme em grande maioria são descartados de forma ridícula e desnecessária e acabam servindo apenas como uma justificativa para vermos mais sangue e brutalidade. Isso acaba se tornando muito mais revoltante quando se para pra pensar que foi tiraram tempo de tela da nossa querida Jamie Lee para ser gasto com personagens que no fim não agregaram nada para a trama. 

A falta de um desenvolvimento maduro nesse sentido acaba prejudicando o próprio Michael Myers. O roteiro que na preguiça de encontrar soluções e desenvolvimentos criveis para os acontecimentos do filme acaba resolvendo tudo com sequencias surreais de um Michael que mais parece um super assassino treinado pela HYDRA. 

Aqui parece que faltou um pouco de comprometimento dos roteiristas e do diretor David Gordon Green em entrar de cabeça na decisão de fazer da multidão um problema real do filme e de Laurie uma personagem com menos protagonismo, fica a sensação de que se tentou muito sem conseguir trabalhar nada por isso.

Por fim, Halloween Kills é um filme com boas ideias mas que sofre demais da “Sindrome do filme do Meio” por não sabe o que fazer para entregar a história onde precisa ser entregue. O filme não é nem de perto um dos piores Halloween e acerta muito em alguns pontos essenciais para um bom filme da franquia como a trilha sonora e a boa fotografia. Mas infelizmente o longa não é nem de perto bom como seu antecessor. 

Se você é um fã assíduo do gênero Slasher ou do Michael Myers você consegue se divertir com o filme que não comete nenhum erro grotesco que possa estragar até a possibilidade de recuperação no próximo e último filme da trilogia.

Esperamos que Halloween Ends consiga por um bom ponto final pra essa história e que consiga arrumar os problemas desse aqui e fazer com que possamos ter finalmente uma linha temporal decente na franquia. 

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