Recentemente na Espanha teve caso de racismo envolvendo o jogador brasileiro Vinicius Júnior do Real Madrid. Inicialmente, no programa de TV El Chiringuito, o agente de jogadores Pedro Bravo disse que Vinicius Jr. “precisava deixar de fazer macaquice”. Com a imensa repercussão negativa de sua fala nas redes sociais pelo mundo, o mesmo tentou explicar que o termo utilizado não era racista.
Mesmo com a repercussão negativa do discurso, no clássico entre Real Madrid e Atlético de Madri uma parte da torcida do Atlético xingou Vinicius Jr. fora do estádio e durante a partida, com frases racistas. Trazendo à tona, mais uma vez, a reflexão sobre o racismo no futebol europeu que parece se fortalecer cada vez mais.
De acordo com o advogado constitucionalista Francisco Gomes Júnior, o que aconteceu com Vinicius Junior foi ‘um show de horrores com racismo e xenofobia’. “A fala inicial, além da ofensa racial, ainda dizia “vá bailar na sua terra e não aqui”. Foram utilizados subterfúgios para justificar a frase e não houve em nenhum momento um pedido direto de desculpas. E, está evidente a discriminação contra Vinicius Junior e outros jogadores de outros países. A intolerância começa a dominar torcidas europeias, como a do Atlético de Madrid”.
E esse não é um caso isolado. Na temporada passada da Liga dos Campeões da Europa, parte da torcida do Atlético de Madrid fez saudações nazistas no jogo das quartas de final. Foi aplicada uma punição e o time perdeu 5 mil ingressos para o jogo de volta em Madri. Anteriormente, o jogador senegalês Papa Diop também foi xingado de “macaco” pela torcida do mesmo Atlético, quando jogava pelo Levante. E o mais memorável é quando jogaram uma banana em direção a Daniel Alves, que a comeu e declarou, na época, “que estava na Espanha há 11 anos e há 11 anos é dessa maneira”.
“Não se pode dizer que é um caso isolado na Espanha, parece recorrente. E até agora nenhuma punição efetiva foi imposta, como a perda de pontos no campeonato ou mesmo o rebaixamento do clube envolvido em tais práticas. Se há um aparente racismo estrutural com visão colonizadora contra imigrantes e pretos em especial, algo mais drástico deve ser feito. Não se trata um câncer com um comprimido para dor de cabeça”, complementa o especialista.
Após repercussão global, o Atlético foi denunciado junto a La Liga, organizadora do campeonato espanhol, pelas ofensas racistas contra Vinicius Júnior. O que resta é saber se haverá efetiva punição ou mais uma vez a aplicação de uma multa ou perda de ingressos.