“Prática da masturbação é importante desde a puberdade até a melhor idade”, alerta a especialista Lucimar Ghelfi

Lucimar Secches Ghelfi (psicóloga, psicoterapeuta sexual e especialista em disfunções sexuais masculinas) Foto: Divulgação

Hoje em dia a sexualidade e tudo em volta ainda é um tabu no mundo. A psicóloga, psicoterapeuta sexual e especialista em disfunções sexuais masculinas, Lucimar Secches Ghelfi, destaca que “a falta de uma conversa aberta e até mesmo a dificuldade de informação de fontes seguras fazem com que homens e mulheres não conheçam os benefícios dessa prática que vão muito além do que simplesmente proporcionar prazer”.

“Quando uma pessoa deixa de conhecer a si mesmo, chegamos no momento de uma relação sexual entregando a alguém um corpo desconhecido, um parceiro que não sabe onde é melhor ser tocado, onde é mais gostoso”, destaca.

“Imagine um piloto de Fórmula 1 que chega para competir apenas no domingo sem conhecer o autódromo, onde ele pode acelerar, onde estão as curvas mais perigosas. Pois com o sexo é a mesma coisa, é preciso treinar, se conhecer, caso contrário o resultado são performances insatisfatórias e o sexo vai se tornando fonte de ansiedade, de estresse, e o efeito disso na vida sexual no futuro é devastador”, acrescenta a especialista.

O que é muito e o que é pouco na masturbação?

Como a masturbação é vista apenas como algo para proporcionar prazer momentâneo, e não como algo importante para a qualidade de vida a longo prazo, a primeira dúvida sobre o assunto é a frequência. Quem não tem o hábito preocupa-se sobre ser muito pouco e quem já tem a masturbação na rotina começa a se questionar se o seu caso já não é demais.

Lucimar explica que essa avaliação não se trata de quantidade, de matemática. “Classificamos como excesso quando a masturbação se torna uma obsessão, uma prioridade e a única fonte de prazer no dia a dia de uma pessoa, ou seja, quando ela abre mão de outras coisas, até mesmo do sexo. Do outro lado, o pouco é quando a pessoa simplesmente não se masturba, evita se tocar e deixa de colher os benefícios, sejam imediatos ou de longo prazo.

Além disso, a psicóloga, que também é pesquisadora sobre sexualidade masculina, agrega à sua explicação que “estudos científicos recomendam que é saudável e recomendável uma atividade masturbatória duas vezes por semana, seja sozinho ou acompanhado, com reflexos extremamente positivos na qualidade de vida e na saúde sexual”.

Atenção aos erros básicos na prática da masturbação

É importante ter atenção a alguns equívocos e erros básicos que podem neutralizar esses benefícios e até causar danos à saúde, que Lucimar elenca abaixo como alertas e dicas:

1. Tempo dedicado à masturbação

Não é adequado que o momento da masturbação seja algo constantemente apressado, um ato acelerado. Isso causa prejuízos à vida sexual no futuro, pois pode tornar o homem um ejaculador precoce que atinge o orgasmo extremamente rápido, também durante o sexo.

2. Pornografia como fonte de excitação

Quando estimulamos alguém na prática da masturbação, de conhecer o próprio corpo, é muito importante que venha acompanhado de um alerta sobre os cuidados de se usar a pornografia como fonte de excitação.

Isso, porque os vídeos de sexo que normalmente são consumidos trazem situações que não representam em nada a realidade, ou seja, aquilo que a pessoa vai encontrar na hora do sexo com outra pessoa. E essa construção mental de algo que não vamos encontrar reflete em problemas sérios de performance.

3. Usar preservativo

Pode parecer engraçado a sugestão de usar o preservativo na masturbação, que é considerada a forma mais segura de um ato sexual no que diz respeito às chances de transmissão de ISTs, por exemplo. Contudo, o objetivo dessa recomendação é o treino, é aprender como manusear a camisinha de forma a não perder a excitação que vai prevenir um dos problemas mais comuns entre os homens, que é a perda da ereção na hora de vestir a camisinha.

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