Rola amanhã dia 11, acontece em São Paulo a 27ª Parada LGBTQIA+ e diversidade e fé estarão juntas, mostrando mais uma vez que são complementares e que o discurso religioso não deve mais ser ferramenta para excluir, silenciar, negligenciar e violentar corpos LGBTQIA+.
Parte do calendário oficial do evento, o Bloco Gente de Fé, que reúne religiosos de diferentes tradições e organizações religiosas participará da marcha. A concentração do grupo está marcada para 10h, em frente ao Parque Trianon. No dia anterior, sábado (10), às 9h, no Largo do Arouche, o grupo fará um ato interreligioso.
“Quando falamos em inclusão efetiva das causas identitárias, infelizmente por muitas vezes, quando não é uma pauta rejeitada por algum setor da sociedade, se cai facilmente em utilização de autopromoção de certas instituições, mas que não se abre um espaço legítimo de construção de ambientes efetivamente inclusivos nestes lugares. É preciso mostrar que diversidade e fé caminham juntas” diz André Liberman, um dos coordenadores do Gaavah, coletivo judaico-LGBTQIA+ do Instituto Brasil-Israel (IBI).
“Dentro do IBI, o Gaavah pôde se desenvolver de tal forma que hoje tem núcleos de norte a sul do Brasil, com pessoas judias de diversas trajetórias e backgrounds. Do religioso ao secular, de pessoas que cresceram na comunidade judaica a pessoas que estão querendo construir seu judaísmo. Aqui, o exercício efetivo de construção de espaços seguros pode ser comprovado e pode ser considerado um verdadeiro agente de mudança dentro da comunidade judaica latinoamericana, com possibilidade de se fazer nascer e crescer um ambiente que preza pela pluralidade que compõe o judaísmo como um todo”, destaca Liberman.
De acordo com a assessora do programa de Fortalecimento do Espaço Democrático da Conectas, Maryuri Grisales, que lidera a iniciativa de Mobilizações Religiosas e Agenda de Direitos da organização, é grande a influência do discurso LGBTfóbico vindo de lideranças religiosas em nome de uma autoridade divina. “Quando alguém diz que você vai para o inferno por conta da sua conduta sexual, muitas pessoas podem não ligar, mas, no fundo, há uma conexão com o universo simbólico religioso que foi construído ao longo da vida, na família, na escola, no seu dia a dia. Esse discurso gera a ideia de que você está totalmente fora da lei universal, fora da fé, fora da norma e do que é considerado correto”, reflete.
Segundo Grisales, esses discursos têm efeitos concretos que se mostram nos números de assassinatos e de suicídios de pessoas LGBTI+, de violência doméstica, na dificuldade de arranjar emprego. Frequentemente, essas questões estão relacionadas com narrativas de rejeição da existência e da sacralidade destas vid
Com uma perspectiva ampla de ecumenismo, o Bloco Gente de Fé permite estender o convite para todas as pessoas de boa vontade, sejam elas de fé ou não, que compartilhem do compromisso com a justiça e a inclusão de todas as pessoas.