Pesquisas recentes conduzidas pelo Instituto Karolinka em parceria com a Universidade de Washington trouxeram à tona um fenômeno intrigante entre os jovens da Geração Z, batizado de “apagão sexual“. Surpreendentemente, uma parcela significativa dessa geração revelou não ter tido relações sexuais no último ano, apontando para uma mudança marcante nos comportamentos tradicionais.
A pesquisa Mosaico 2.0, no contexto brasileiro, corroborou essa tendência, destacando que os jovens de 18 a 25 anos são os que menos atribuem importância ao sexo em suas vidas.
Diante desse cenário, o sexólogo e Co-fundador da Dona Coelha, Renan de Paula, oferece insights valiosos sobre o “apagão sexual” na Geração Z. Ele aponta que a diminuição do interesse sexual entre os jovens pode ser atribuída a uma série de fatores relacionados às mudanças sociais e tecnológicas.
Renan destaca que o sexo não é mais limitado ao modelo tradicional heteronormativo. Atualmente, assume uma diversidade até então inédita, podendo ser explorado individualmente, com diferentes parceiros, com o auxílio de brinquedos ou mesmo virtualmente, por meio de plataformas online como o fenômeno OnlyFans.
O sexólogo observa que a hiperconectividade proporcionada pela tecnologia facilitou a busca pelo prazer, com o acesso constante a conteúdo erótico e a facilidade de conexão com outras pessoas. No entanto, esse cenário levanta questões sobre o conceito de intimidade, que está gradualmente migrando do ambiente privado para o público.
Renan reflete sobre as mudanças nas dinâmicas de relacionamento, invocando as ideias de Zygmunt Bauman sobre as “relações líquidas”. Ele destaca que, apesar das transformações marcantes, não há razão para pessimismo. O sexólogo acredita que, com o amadurecimento das tecnologias e da própria geração, novas formas de relacionamento e intimidade continuarão a surgir, e embora diferentes, não necessariamente erradas.
Em resumo, o “apagão sexual” na Geração Z pode ser um reflexo das rápidas mudanças sociais e tecnológicas. Renan de Paula sugere que o importante é encarar essas transformações como oportunidades para repensar e reinventar as relações, sempre mantendo um olhar otimista para o futuro.