O Ministério da Cultura (MinC) recebeu com pesar a notícia da morte do escritor paranaense Dalton Trevisan, aos 99 anos, na segunda-feira (9), na capital do estado. Um dos maiores contistas brasileiros, ele era conhecido como “O Vampiro de Curitiba”, apelido que surgiu a partir de um dos personagens da obra de mesmo nome, publicada em 1965, e também por conta de seu perfil reservado, averso a fotos e entrevistas.
Nascido em Curitiba, Trevisan se formou em Direito e atuou como advogado antes de se tornar escritor. Entre 1946 e 1948, participou do grupo de artistas que editava a revista literária Joaquim. Foi na publicação que ele lançou seus dois primeiros livros (Sonata ao Luar, de 1945; e Sete Anos de Pastor, de 1948). Posteriormente, ambos foram renegados pelo autor.
A coletânea de contos Novelas Nada Exemplares é considerada a sua obra de estreia. Com o trabalho, conquistou o primeiro Prêmio Jabuti da carreira. Ele ganharia a láurea mais três vezes: em 1965 (Cemitério de Elefantes), 1995 (Ah, É?) e 2011 (Desgracida).
Trevisan ainda seria agraciado com outras importantes honrarias com concedida a autores de língua portuguesa: os prêmios Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras, e Biblioteca Nacional. Recebeu ainda o Camões, pelo conjunto da obra, em 2012.
Ao longo da trajetória artística ele escreveu cerca de 50 livros de contos, novelas e romances, nos quais retratou as ruas, bairros e personagens de sua cidade natal.
Entre seus livros mais famosos, além de O Vampiro de Curitiba, estão A Polaquinha e Cemitério de Elefantes.
O MinC se solidariza à família, amigos e aos inúmeros admiradores de Dalton Trevisan.