Desde sua estreia em 2019, Demon Slayer: Kimetsu no Yaiba se consolidou como um dos maiores fenômenos do universo dos animes, conquistando fãs no mundo inteiro com sua mistura de ação eletrizante, beleza visual e emoção. Agora, com Demon Slayer: Castelo Infinito, a história entra em sua reta final em uma trilogia que promete encerrar a jornada de Tanjiro Kamado contra Muzan Kibutsuji, o Rei dos Demônios.
E se existe uma palavra que define este primeiro capítulo do desfecho, ela é grandiosidade.
O filme nos leva diretamente ao Castelo Infinito, o covil de Muzan. Diferente de qualquer cenário visto até aqui, o lugar é uma arquitetura viva: corredores que se multiplicam, escadarias que desafiam a lógica, salas que parecem se mover por conta própria. É nesse ambiente claustrofóbico e imprevisível que se desenrolam as batalhas mais intensas da franquia. Cada luta é uma mistura de adrenalina e tensão, onde cada movimento pode ser fatal. A sensação é de estar diante de uma guerra sem retorno.
Se nos primeiros arcos havia um tom mais leve, desta vez a franquia nos mostra o quanto cresceu junto com seu público. O filme abraça o horror corporal e o clima sombrio, aproximando-se de um tom adulto e sangrento. Justificando a classificação indicativa de 18+.
Tanjiro, antes um jovem relutante em decepar cabeças de onis, agora luta sem vacilar. Inosuke e Zenitsu, muitas vezes vistos como alívio cômico, ganham espaço para brilhar com batalhas memoráveis. Cada personagem carrega marcas emocionais e amadurece diante de escolhas brutais. Essa evolução narrativa reforça que estamos diante do “crepúsculo” de uma era no universo dos animes.
Não é exagero dizer que a animação da Ufotable está no auge. É um espetáculo visual com sua fluidez entre técnicas 2D e 3D impressionantes, os movimentos de câmera em lutas parecem coreografados para a tela de cinema, e cada respiração de combate explode em efeitos de água, fogo ou trovão.
O impacto visual é acompanhado de uma trilha sonora poderosa, assinada por Yuki Kajiura e Go Shiina, além das vozes de Aimer e LiSA que dão o tom épico às batalhas. É uma experiência audiovisual pensada para a grande tela. Completamente hipnotizante.
Mas nem tudo é perfeito. O filme sofre em alguns momentos com flashbacks longos, que quebram o ritmo das batalhas e prolongam a narrativa. Para fãs, esses mergulhos no passado são emocionantes; para quem espera um fluxo constante de ação, podem soar como freios desnecessários. Penso que a direção optou justamente para cativar novos fãs. Até mesmo quem nunca assistiu a um episódio conseguirá apesar que de formar minima, entender o fluxo de acontecimentos do filme.
Além disso, é preciso lembrar: este é apenas o primeiro filme de uma trilogia. Muitas pontas ficam soltas, e o desfecho pleno ainda está distante. Quem busca um encerramento satisfatório pode sair da sala com a sensação de “continua no próximo capítulo”.
Para os fãs de longa data, é uma recompensa — visual, emocional e narrativa — que entrega tudo aquilo que a obra prometia desde o início.
Demon Slayer: Castelo Infinito é um espetáculo que equilibra ação brutal, emoção e uma animação de tirar o fôlego, cumprindo seu papel: abrir as portas para a conclusão de uma das maiores sagas dos animes da última década.
Mais do que um filme, é o marco de que o fim está próximo. E se a primeira parte já é assim, é impossível não criar expectativas para o que vem depois.
Assista ao trailer: