De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as empresas familiares representam 90% das organizações no Brasil, empregando 75% da mão de obra e respondendo por mais da metade do PIB. Além disso, segundo a 7ª edição do relatório Pulso dos Pequenos Negócios, 50% dos empreendedores e 60% das empreendedoras (entre ME e EPP) têm parentes como sócios ou funcionários. 
Esses números mostram a força desse mercado, mas também revelam um desafio: a sucessão do negócio. Um estudo do Banco Mundial aponta que apenas 30% das empresas familiares chegam à 3ª geração, e somente 15% sobrevivem à sucessão de três gerações. Ou seja, é hora de pensar em estratégias para atrair e reter jovens talentos que garantam a continuidade, estabilidade e crescimento a longo prazo.
Historicamente, muitas empresas de sucesso investiram pesado em jovens talentos, e grandes empresas e multinacionais fazem isso de forma sistemática. Para as Pequenas e Médias Empresas (PME), ainda é uma prática pouco comum – e uma oportunidade gigante. Giuliano Amaral, CEO da Mileto, HR Tech que conecta jovens do Ensino Médio Técnico às PME, explica que esse perfil é fundamental para fortalecer a cultura, impulsionar a produtividade e reduzir custos, desde que haja investimento em retenção e desenvolvimento.
“Os jovens chegam sem vícios de outras experiências e constroem muito da sua forma de trabalhar dentro da empresa. Além disso, quando ingressam em vagas de estágio, trazem a formação educacional atualizada para dentro da organização, aumentando a qualificação da equipe. Criando um pipeline interno de talentos, a empresa ganha em qualificação, cultura e eficiência de custos, já que consegue ocupar posições seniores com promoções internas”, comenta o especialista.
Além disso, os jovens ajudam a liberar profissionais mais experientes para funções estratégicas. “No Design, por exemplo, enquanto o profissional júnior cria peças de recorrência para redes sociais, o sênior foca em campanhas estratégicas. É claro que os mais jovens também devem participar de projetos estratégicos, mas ter responsabilidade maior em operações de menor complexidade é essencial para o aprendizado, permitindo mais liberdade sem grandes riscos”, explica Giuliano.
Ele aponta 3 práticas essenciais para atrair e reter jovens talentos:
1️⃣ Mobilidade interna – priorizar promoções ou mudanças de área dentro da empresa ao invés de contratar externamente.
2️⃣ Investimento em desenvolvimento – oferecer treinamentos e formações que tragam novos conhecimentos.
3️⃣ Cultura acolhedora – um ambiente que cuide de pessoas de verdade e que promova o bem-estar. 
“Não basta falar, tem que mostrar! Os jovens querem evoluir em oportunidades reais, acessar formações que tragam aprendizado e ter líderes humanos e respeitosos”, reforça. A chave para sucesso a longo prazo é a transparência: “Nunca tente vender algo que não é real. A nova geração valoriza autenticidade e rejeita qualquer esforço que pareça apenas marketing. É pior atrair talentos e perdê-los logo depois – isso custa tempo e dinheiro. Melhor atrair quem se identifica de verdade com a empresa”, finaliza Giuliano.
 
			









