A dona HBO Max voltou a sacudir a internet com “Ângela Diniz: Assassinada e Condenada”, minissérie que revisita um dos casos criminais mais chocantes — e vergonhosamente emblemáticos — do Brasil. Mais do que recontar um assassinato, a produção entrega uma reflexão urgente sobre machismo estrutural, mídia, Justiça e como a sociedade escolheu culpar uma mulher… até depois de morta.
Com Marjorie Estiano brilhante e dilacerante no papel de “Ângela”, e Emilio Dantas em uma atuação intensa como “Doca Street”, a série mistura realidade com recursos ficcionais para aprofundar emoções, aproximar o público e reacender um debate que infelizmente continua vivo.
Uma história que o Brasil tentou enterrar — mas que precisava voltar à tona
A trama relembra o caso ocorrido em 1976, quando Ângela foi assassinada a tiros por Doca Street, em Búzios. A reconstituição do julgamento — fiel e revoltante — mostra como a tese da “legítima defesa da honra” transformou o réu em vítima e a vítima em culpada. Na época, Doca saiu ovacionado do tribunal, e Ângela foi retratada como uma “femme fatale” merecedora do próprio destino.
A série escancara o impacto dessa narrativa na cultura brasileira e o papel dos movimentos feministas, que pressionaram pela revisão da pena e transformaram o caso em marco histórico da luta pelos direitos das mulheres.
O que é real, o que é ficção — e por que isso importa
As produtoras Renata Brandão e Renata Rezende explicam que a série recria ambientes, fatos e emoções, mas também utiliza personagens condensados e ficcionais para dar ritmo e profundidade — como as amigas Lulu e Gilda. A vida familiar também foi adaptada: Ângela, mãe de três filhos na vida real, ganha na série apenas uma filha.
Ainda assim, o núcleo emocional continua forte, especialmente quando a série mostra quem era Ângela: inteligente, intensa, livre, corajosa — e constantemente julgada por isso.
Atuações que marcam
Marjorie entrega uma Ângela humana, complexa e sem caricaturas. Um doce que vira furacão quando necessário. A atriz provoca, toca e questiona o público o tempo todo.
Emilio Dantas, mais uma vez, entrega um vilão que dá medo não por ser monstruoso, mas por ser real. A série não demoniza apenas um homem — ela expõe uma estrutura.
Antonio Fagundes surge impecável como Evandro Lins e Silva, advogado de defesa de Doca e símbolo de um pensamento jurídico que, por décadas, legitimou violências contra mulheres.

Por que essa série importa hoje
“Ângela Diniz: Assassinada e Condenada” se conecta perfeitamente com discussões atuais sobre violência contra mulheres, narrativas distorcidas e julgamentos públicos. Inspirada no podcast premiado Praia dos Ossos, a minissérie mostra como a sociedade não apenas matou Ângela — mas continuou assassinando sua reputação.
E como diz a própria crítica moderna:
“Quando uma mulher ousa ser inteligente, livre e à frente de seu tempo, usam tudo para derrubá-la — até seus próprios filhos.”
Seção bônus? Ângela correu para que tantas Marjories, Anas, Marias, Gabrielas e pudessem andar hoje.
Ângela Diniz: Assassinada e Condenada
- Marjorie Estiano como Ângela Diniz
- Emilio Dantas como Doca Street
- Antonio Fagundes como o advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins Silva
- Thiago Lacerda como o colunista social Ibrahim Sued
- Camila Márdila como Lulu Prado
- Yara de Novaes como Maria Diniz
- Thelmo Fernandes como Milton Villas Boas
- Renata Gaspar como Gilda Rabelo
- Joaquim Lopes como Tuca Mendes
- Emílio de Mello como Evaristo de Moraes
Ângela Diniz: Assassinada e Condenada
- Marjorie Estiano como Ângela Diniz
- Emilio Dantas como Doca Street
- Antonio Fagundes como o advogado e ex-ministro do STF Evandro Lins Silva
- Thiago Lacerda como o colunista social Ibrahim Sued
- Camila Márdila como Lulu Prado
- Yara de Novaes como Maria Diniz
- Thelmo Fernandes como Milton Villas Boas
- Renata Gaspar como Gilda Rabelo
- Joaquim Lopes como Tuca Mendes
- Emílio de Mello como Evaristo de Moraes
#AngelaDiniz #HBOMax #AssassinadaECondenada #TrueCrimeBrasil #MarjorieEstiano #EmilioDantas #ReviewDeSerie #PraiaDosOssos #JusticaParaAngela #Feminicidio #CulturaPop #Series2025










