No último sábado (14), a noite de encerramento do Tribeca Film Festival, em Nova York, foi marcada por uma estreia poderosa e emocionante: o documentário YANUNI . A produção tem como nomes por trás a líder indígena e ativista ambiental Juma Xipaia e o ator e ativista Leonardo DiCaprio, sob a direção do premiado Richard Ladkani (de Perseguição em Alto Mar e O Extermínio do Marfim).
O filme mergulha na luta de Juma, cacica da aldeia Xipaya Tukamã, na defesa incansável da floresta amazônica e dos direitos dos povos indígenas. Mas a história vai além do ativismo: se transforma em uma batalha profundamente pessoal – pela sua família, pelo seu povo e pelo futuro de um planeta que dá sinais claros de colapso .
Além de retratar a trajetória de Juma, o documentário também apresenta Hugo Loss, seu companheiro e agente federal do Ibama, que atua na linha de frente contra o garimpo ilegal na região amazônica. Um casal que representa resistência, coragem e ação real frente à destruição da natureza .
Antes da exibição, DiCaprio subiu ao palco e mandou um recado direto e sem rodeios : destacou a importância de investimentos financeiros concretos como estratégia para combater as mudanças climáticas e proteger o planeta – com atenção especial ao apoio às comunidades indígenas. “No coração da floresta amazônica brasileira, milhares de pessoas invadem terras protegidas em busca de lucro rápido, por meio da mineração ilegal de ouro e da expansão industrial agressiva, ameaçando as florestas e as comunidades que as protegem”, declarou o ator.

Ele ainda lembrou que 95% do desmatamento da Amazônia nos últimos 40 anos foi motivado pela indústria pecuária, focada em atender à crescente demanda global por carne bovina. Para DiCaprio, “a destruição da floresta não é apenas uma questão ambiental — é uma questão humana” .
Em seu discurso, o coprodutor também reforçou a importância da COP30, que será realizada em novembro, em Belém (PA), como uma chance histórica de transformar promessas em ações concretas . Ele destacou duas iniciativas-chave: o Fundo Florestas Tropicais Para Sempre (Tropical Forest Forest Facility – TFFF) e o Compromisso Intergovernamental de Posse de Terras (Intergovernmental Land Feature Commitment), voltado à ampliação dos direitos territoriais dos povos indígenas.
“O recado para os líderes mundiais é simples”, concluiu DiCaprio. “É hora de entregar recursos reais, poder real e reconhecimento duradouro aos povos indígenas — porque são eles que arriscam tudo para defender os ecossistemas dos quais todos dependemos” ✊.
Já Juma Xipaia emocionou o público ao declarar que “a mudança começa com a conscientização”. Para ela, o filme é mais do que uma produção audiovisual: “YANUNI é testemunha da nossa resistência”. E fez um apelo direto a todos que estavam assistindo – e agora, a você que está lendo:
“Não se limitem a ouvir. Juntem-se a nós contra a mineração e as ameaças aos direitos dos povos indígenas e às suas terras. O mundo precisa escolher: lucrar com a nossa destruição ou se juntar a nós para defender o último suspiro da Terra?”