
O FIA World Endurance Championship (FIA WEC) vai viver um momento histórico entre os dias 26 e 28 de setembro, no Japão. O tradicional circuito de Fuji será palco da 100ª corrida da história do campeonato, consolidando uma trajetória que começou em 2012, quando a FIA e o Automobile Club de l’Ouest (ACO) deram vida à principal competição de endurance do planeta . Desde então, o WEC já passou por Brasil, Estados Unidos, Europa, Oriente Médio e Ásia, reunindo as maiores montadoras do mundo, equipes de ponta e pilotos consagrados.
As 24 Horas de Le Mans seguem como o ápice da modalidade desde 1923, mas cada etapa tem sua magia, exigindo performance, estratégia e resistência. Em 2025, o campeonato vive um equilíbrio eletrizante, com diferentes vencedores tanto na classe principal Hypercar, quanto na LMGT3.
O grid da temporada conta com 13 montadoras oficiais: Alpine, Aston Martin, BMW, Cadillac, Corvette, Ferrari, Ford, Lexus, McLaren, Mercedes-AMG, Peugeot, Porsche e Toyota. São 36 carros inscritos, em um campeonato que já teve 40 marcas na história e 22 vencedoras. A Porsche é a recordista com 71 triunfos, seguida pela Ferrari com 63 vitórias – líder da temporada 2025. E a Toyota, correndo em casa, guarda um feito único: o “Grand Chelem” de 2019, vencendo com domínio absoluto do início ao fim.
✈️ Mais de 830 pilotos de 61 nacionalidades já aceleraram no WEC. O suíço Sébastien Buemi lidera os recordes: 91 largadas e 26 vitórias, à frente dos companheiros de Toyota Brendon Hartley (23) e Mike Conway (22). Buemi e Hartley também são os únicos tetracampeões mundiais da categoria. E olha que já passaram por lá até campeões da Fórmula 1, como Emerson Fittipaldi, Jacques Villeneuve, Fernando Alonso e Jenson Button – este último ainda ativo, hoje correndo pela Cadillac.
Tudo isso coloca a corrida de Fuji como uma promessa de disputa histórica, tendo como cenário o imponente Monte Fuji.
Campeonato pegando fogo rumo ao Bahrein

A etapa japonesa também é decisiva: a penúltima do ano, ela deve apontar os favoritos ao título para a grande final, no dia 8 de novembro, nas 8 Horas do Bahrein.
Na Hypercar, a liderança está com a Ferrari #51 de James Calado, Alessandro Pier Guidi e Antonio Giovinazzi, somando 115 pontos. Mas o trio tem só 15 de vantagem para os vencedores de Le Mans: Philip Hanson, Robert Kubica e Yifei Ye. O Porsche #6 de Kévin Estre e Laurens Vanthoor aparece em terceiro (79 pontos), seguido de perto pela Ferrari #50 de Antonio Fuocco, Nicklas Nielsen e Miguel Molina (75 pontos). Fechando o top-5, vem o Cadillac #12 de Alex Lynn, Will Stevens e Norman Nato, campeões do Rolex 6 Horas de São Paulo, com 72 pontos.
Na LMGTE, a briga também está insana! A Porsche #92 lidera com Riccardo Pera, Richard Lietz e Ryan Hardwick, vencedores das 24 Horas de Le Mans (95 pontos). Atrás, a Ferrari #21 de Alessio Rovera, François Hériau e Simon Mann soma 76. O Corvette #33 aparece em terceiro (66), seguido pelo Lexus #87, campeão em São Paulo (57), e pela Aston Martin #27, também com 57.
Entre os brasileiros, destaque para Dudu Barrichello, que brilhou em Interlagos com um pódio emocionante na última volta. Ele soma 31 pontos no 13º lugar, junto de Valentin Hasse no Aston Martin #10. Já Augusto Farfus Junior, no BMW M4 GT3 #31, é o 15º, com 25 pontos.
Rolex 6 Horas de São Paulo: sucesso absoluto em 2025
A edição 2025 do Rolex 6 Horas de São Paulo foi simplesmente gigante! Mais de 84 mil pessoas lotaram Interlagos, um crescimento de 16% em relação ao ano anterior. O evento já se consolidou como a segunda maior etapa do calendário do WEC, atrás apenas de Le Mans. E o sucesso garantiu a próxima edição: 10 a 12 de julho de 2026, com ingressos já sendo disputadíssimos e setores esgotados logo no primeiro lote.
Fora da pista, a experiência também deu show. A Fan Zone dobrou de tamanho, com 45 mil m², oferecendo shows de rock, roda-gigante, carrossel, games, carros clássicos e até festa pelos 85 anos de Interlagos. Teve praça de alimentação com mais de 15 opções e muito clima de festival. O auge veio no pódio: torcedores invadiram a pista para celebrar o pódio de Dudu Barrichello na LMGT3 e a vitória da Cadillac na Hypercar, quebrando a sequência da Ferrari.
O impacto econômico foi pesado: R$ 408,2 milhões movimentados entre bilheteria, patrocínios, hospedagem, turismo e serviços. Só em hospedagem, os visitantes injetaram R$ 45,6 milhões em São Paulo. E teve reflexo em outras regiões: turistas estrangeiros esticaram a viagem para Rio e Nordeste, gerando mais R$ 128,7 milhões.
O perfil do público também mudou: 56,3% eram de fora da capital, com destaque para o interior paulista, Minas, Paraná e Rio. As mulheres representaram 33% e os jovens de 18 a 24 anos já são quase 25% da audiência. A aprovação foi altíssima: 97% de satisfação em quesitos como segurança, limpeza e circulação. Não à toa, o Rolex 6 Horas já é um dos maiores eventos de automobilismo da América Latina.
Calendário 2026 confirmado
O WEC já tem a temporada 2026 fechada, passando por três continentes:
- 22-23 de março – Prólogo oficial – Lusail, Catar
- 26-28 de março – 1812 km do Catar – Lusail, Catar
- 17-19 de abril – 6 Horas de Imola – Itália
- 7-9 de maio – 6 Horas de Spa-Francorchamps – Bélgica
- 10-14 de junho – 24 Horas de Le Mans – França
- 10-12 de julho – 6 Horas de São Paulo – Brasil
- 4-6 de setembro – Lone Star Le Mans – Austin, EUA
- 25-27 de setembro – 6 Horas de Fuji – Japão
- 5-7 de novembro – 8 Horas do Bahrein – Bahrein
O FIA WEC segue firme como um dos maiores campeonatos do esporte mundial, lado a lado com Olimpíadas, Super Bowl e Copa do Mundo. E, com a 100ª corrida chegando, o endurance mostra porque é paixão global: união de velocidade, tecnologia, tradição e espetáculo.