Casa Gucci | Review: Um novelão conduzido por Ridley Scott! Confira

Um dos filmes mais aguardados desse ano é o lançamento da Universal Pictures Brasil, Casa Gucci, o novo longa do diretor Ridley Scott (O Último Duelo) que conta com um elenco bastante badalado, com Adam Driver, Jared Leto, Salma Hayek e Al Pacino, no qual a expectativa maior está na interpretação de Lady Gaga ao viver Patrizia Reggiani, a responsável por mandar matar o ex-marido, Maurizio Gucci.

A mãe dos Little Monsters que estreou como atriz no sucesso Nasce uma Estrela, protagoniza Casa Gucci, o drama baseado na história real da família Gucci, que mais tarde veio a se tornar uma das mais conceituados marcas da alta costura no mundo.

Lady Gaga em cena de Casa Gucci

Porém nem tudo o que reluz é ouro, o filme que chegou as telonas hoje, quinta-feira (25) tá dividindo opiniões.

Na história, Patrizia Reggiani, tem a vida totalmente alterada quando conhece Maurizio Gucci, Adam Driver (Kylo Ren de Star Wars), um jovem tímido mas influente da Família Gucci no final dos anos 1970. Os dois se apaixonam e Maurizio acaba se desentendendo com o pai, Rodolfo Gucci, vivido por Jeremy Irons (Alfred em Batman vs Superman) por se casar com ela.

Mas os dois voltam aos braços da família por intermédio do tio de Maurizio, Aldo Gucci vivido pelo deslumbrante Al Pacino (O Irlândes), que administra os negócios em sociedade a seu irmão Rodolfo, porém tem problemas com seu único filho, Paolo Gucci, interpretado por Jared Leto (que está completamente irreconhecível).

Jared Leto caracterizado de Paolo Gucci.
Jared Leto caracterizado de Paolo Gucci.

Leto dá um show à parte, Paolo é um sonhador que acredita ser o futuro da marca, mesmo não possuindo talento nenhum e ser absurdamente fora da realidade.

Patrizia uma jovem gananciosa que auxilia o pai em um negócios familiares vê em Maurizio uma chance de virada e aos poucos começa mostrar sua ambição e escancara seu desejo de poder, principalmente por querer estar no comando e acompanhar de perto a diretoria do império Gucci.

Isso faz com que inúmeros conflitos se desenrolem durante a história. A sede de poder entre os familiares Gucci são marcadas por mentiras, traições e principalmente armações, trazendo consequências a tão tradicional e familiar empresa.

Adam Driver e Lady Gaga no comparativo com Maurizio Gucci e Patrizia Reggiani

Possuindo um começo promissor, o longa acaba se perdendo em alguns aspectos. Sotaques extremamente carregados em uma mistura de inglês com italiano cansando o espectador, fazendo com que a trama perca o fôlego e se prolongue em momentos que poderiam facilmente ser cortados pela direção.

Apesar do luxo, fotografia poética e figurinos excêntricos suas duas horas e trinta e sete minutos parecem se arrastar. Coloco isso na conta da edição, fazendo com que a narrativa se torne em vários momentos monótona e os avanços do tempo pouquíssimos claros, as informações são jogadas e nenhum pouco aprofundadas.

Várias Looks de Lady Gaga em Casa Gucci.

Por se tratar de Gucci, fica claro a ênfase nos figurinos, elementos clássicos da marca como bolsas e sapatos deixando de lado a relação existente entre os personagens. Cito aqui que poderíamos ter maiores explicações da ruptura de ligação entre Rodolfo e Maurizio, Paolo e Aldo, Paola (Camille Cottin) e Maurizio, como também uma melhor narrativa ao personagem Domenico, vivido pelo ator Jack Huston (Bem-Hur) que tem papel fundamental na história.

Apesar de escolhas musicais bem duvidosas e desconexas ao momento das cenas, podemos dizer que Adam Driver foi capaz de entregar um Maurizio tímido e inseguro em seu início e apesar da falta de direção e aprofundamento de seu personagem conseguiu virar a chave e trabalhar essa mudança para um homem frio e calculista de uma maneira sútil.

Jared Leto abusa de trejeitos e elementos vocais que apesar de soarem exagerados, funcionam super bem ao irreal Paolo, fora toda a dificuldade em maquiagem em que o para concluir eram gastos mais de 6 horas.

Nossa diva do pop entrega uma Patrizia um tanto artificial, criando um certo distanciando do mundo real. A entrega de Gaga é nítida e podemos sentir desde sua primeira cena toda a força e vontade destinada para a produção, mas acabou pecando em tentar nos convencer de mais deixando de lado a personagem e nos mostrando ao final do filme uma atriz que seguia a risca todas as marcações que lhe foram destinadas. Fica nítido que não assistimos a Patrizia Reggiani, mas sim Lady Gaga interpretando alguém que com uma boa direção e um roteiro bem aprofundado lhe renderiam grandes frutos.

Quero deixar bem claro que isso não é culpa da Gaga, mas sim de uma direção presa nos anos 90 e um roteiro incapaz de nos fornecer a profundidade e camadas necessárias para entendermos melhor os traumas e angústias vividos por aquelas pessoas reais. Se você está esperando uma exibição no nível de Nasce uma Estrela, se prepare e não crie expectativas.

Adam Driver, Lady Gaga e Al Pacino em cena durante Casa Gucci.

Becky Johnston e Roberto Bentivegna assinam o roteiro que tinha tudo para ser um grande acontecimento cinematográfico, mas deixam os fãs com aquele gostinho de que poderia ser melhor aproveitado principalmente pensando no elenco de peso que tinham a disposição.

Se você é fã dos atores e não liga muito para quesitos técnicos, vai sair do cinema satisfeito com a experiência e curioso pra conhecer ainda mais sobre a Família Gucci. Se você é um grande admirador da marca sairá confabulando e criando mil teorias de conspiração.

Ponto positivo para Universal Pictures que conseguiu realizar um projeto no qual não faltará comentários.

Estreia hoje, 25 de novembro em todos os cinemas.

Assista o Trailer:

 

 

 

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