O Último Duelo | Review: Filme faz critica atual enquanto Jodie Comer brilha

Créditos: Divulgação/ Reprodução

O quanto você está disposta a arriscar? Essa pergunta que ninguém quis fazer a nossa protagonista Marguerite de Carrouges (Jodie Comer), e que provavelmente o diretor Ridley Scott responderia com nada, pode nortear bem tudo que tenho a falar sobre O Último Duelo” da 20th Century Studios. 

A primeira vista o filme é mais um que se utiliza do “Efeito Rashomon” para contar diversos lados de uma mesma moeda. Normalmente estamos acostumados nos filmes que utilizam desse recurso um plot onde há dúvidas sobre a questão principal que move os acontecimentos do longa, mas não aqui. 

A história aqui se passa na França onde vamos seguir primeiramente Jean de Carrouges(Matt Damon). Ele é um homem acostumado com a Guerra e que nela encontrou uma grande amizade com Jacques LeGris(Adam Driver) seu escudeiro. 

Primeiramente acompanhamos a história do ponto de vista de Carrouge, começando no momento em que ele salva a vida do escudeiro em batalha. Vamos ver ele conhecer sua esposa Marguerite, ter sua reputação manchada e assistir seu companheiro LeGris ascender socialmente ao se tornar muito próximo do conde Pierre d´Alençon (Ben Aflleck).  

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Por fim, voltando de uma de suas viagens, Marguerite conta que o escudeiro apareceu na casa do casal e a estuprou. O casal decide ir atrás de justiça enquanto temos o primeiro lapso temporal para podermos começar a acompanhar a mesma história pelo ponto de vista de Driver. 

Atuações Impecáveis valorizadas por uma boa montagem

Durante seu primeiro ato o filme tem um ritmo bem lento. Por ser o primeiro ponto de vista e ainda estarmos conhecendo os personagens e também pelo personagem de Damon não ser alguém fácil de se gostar, o que acaba sendo uma característica de todos os homens de “O Último Duelo”. 

O ator manda muito bem aqui nos trejeitos, toda a caracterização de Jean é muito bem construída no primeiro ato para ser desconstruída durante o segundo. Aliás todo o elenco principal brilha muito nesse quesito. As mudanças de expressões, os trejeitos e mudanças de posturas. Tudo contribui para termos personagens cheio de nuances onde conseguimos também entender como cada um via o outro. 

 A montagem ajuda muito nesse sentido principalmente nos momentos de repetição, que por vezes são muito exagerados e longos. Essas repetições acabam ficando meio desnecessárias em algumas cenas e atrapalham um pouco o ritmo do longa. Esses momentos poderiam ser melhores aproveitados com mais dessas nuances no desenvolvimento dos personagens ou com novidades no que você conhece da história. 

Conforme passamos do primeiro ato também vamos ter um melhor aproveitamento dos personagens secundários do filme. É ai que finalmente teremos a chance de ver Affleck loiro entregando tudo como um conde alcoólatra que só pensa em transar com diversas mulheres.  

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O personagem de Affleck inclusive funciona muito bem como representação de como nossa sociedade funciona indiretamente até hoje. LeGris é um grande companheiro das “Farras” do conde e por isso o mesmo age para protege-lo não importa o que aconteça.  

O Protagonismo de Jodie Comer

Uma característica única de O Ultimo Duelo é que o filme não tenta te trazer uma duvida ao apresentar o lado do Antagonista sobre o crime. Durante a cena do estupro (que somos forçados a ver duas vezes) todo o tempo podemos ver que Marguerite está sendo forçada. 

Comer, que é o ponto alto do filme, tem inclusive o consentimento de todas as suas relações sexuais colocados em cheque durante o filme. Nem mesmo com seu Marido ela tem seu corpo respeitado e a relação de posse sobre o corpo e vida da mulher que era o que acontecia na época é fortemente representada aqui. 

A participação de Nicole Holofcener (Poderia Me Perdoar?) no roteiro ajudando a dupla de amigos Matt Damon e Ben Affleck com certeza foi um fator decisivo na construção de Marguerite.  Quando a protagonista assume o comando do filme o roteiro (que é inspirado em um livro de mesmo nome) se torna muito mais relacionável com a sociedade que vivemos. 

Somos obrigados a ver os Sufocos que a protagonista tem que passar tendo sua credibilidade colocada em cheque a todo segundo. Aqui até as mulheres que eram suas amigas estão contra ela e todo tipo de argumento absurdo é usado para difama-la e em tempos de casos como o da Mariana Ferrer tudo fica ainda mais dolorido. 

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Em Suma, O Ultimo Duelo é um filme bom, com um roteiro sólido e ótimas atuações. Aqui Ridley não precisou fazer mais do que o feijão com arroz que ele já estava acostumado enquanto tinha já uma obra sólida em mãos.

Caso você não tenha gatilhos e seja muito sensível quanto ao assunto é uma boa pedida para um filme que vai te causar diversas emoções e te fazer sair do cinema com algo para conversar. E na pior das hipóteses com certeza vai valer a pena apenas para ver o trabalho magnifico de Jodie Comer.

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