O Rei do Gado volta para a tela da Globo no “Vale a Pena Ver de Novo”. Essa é uma das mais lembradas e uma das mais populares até hoje, mesmo sendo de 1996. Escrita por Benedito Ruy Barbosa, com direção geral e de núcleo de Luiz Fernando Carvalho, e já chegou a ser vendida para mais de 30 países diferentes. A novela conta a história do romance entre o rico dono de terras Bruno Mezenga (Antonio Fagundes) e a bóia-fria Luana (Patricia Pillar). Ambos são descendentes de duas famílias rivais de imigrantes italianos, os Mezenga e os Berdinazi.
A novela tem duas fases da história, a primeira que se passa em 1943, durante o período da decadência do café. A segunda fase da novela tem início em 1996, quando o filho de Enrico e Giovanna já é um rico proprietário de terras e de milhares de cabeças de gado.
O Rei do Gado revelou talentos, marcando a estreia na TV de Marcello Antony, Caco Ciocler, Emílio Orciollo Netto e Lavínia Vlasak. A trilha sonora é outro diferencial da novela. Juntos, os dois álbuns da obra garantiram a maior vendagem de cópias de trilhas de novelas até então. A dupla Pirilampo (Almir Sater) e Saracura (Sergio Reis) assinou sete das 12 canções do segundo disco.
Encabeçar o elenco de uma novela tão importante para a teledramaturgia brasileira é motivo de grande orgulho para Antonio Fagundes até hoje. Em entrevista, o ator relembra o trabalho, curiosidades e bastidores.
ENTREVISTA COM ANTONIO FAGUNDES
Como foi a sensação ao saber que ‘O Rei do Gado’, um de seus grandes trabalhos em novelas, será a próxima trama do ‘Vale a Pena Ver de Novo’?
É maravilhoso saber que vai passar no ‘Vale a Pena Ver de Novo’. A novela continua sendo um grande sucesso, e tenho certeza de que nessa volta ela vai estourar. O público ainda tem uma grande lembrança da trama, e eu acredito que muita gente vai querer acompanhar outra vez.
O Bruno Mezenga foi um de seus personagens que mais repercutiram com o público, certo? Como eram as abordagens e até hoje as pessoas comentam sobre esse trabalho com você?
O Bruno Mezenga foi realmente um personagem fortíssimo. Até hoje as pessoas brincam comigo, me chamam de “rei do gado” na rua, e lembram do nome do personagem. Virou uma marca muito forte na minha carreira ter feito esse personagem tão brilhante.
Como foi o processo de construção para viver um homem que fez fortuna com criação de gado?
Foi muito gostoso, porque passamos um tempo no interior de Goiás, eu conheci e me baseei em algumas pessoas com quem convivi durante o processo de criação. Aquele jeito especial de ele falar na época criou até uma estranheza junto ao público, mas depois acabou sendo incorporado definitivamente ao personagem. Foi muito especial perceber que o público acabou entendendo.
Relembre um pouco a trajetória do Bruno com a Luana (Patricia Pillar).
O relacionamento do Bruno com a Luana é um dos pontos fortes da novela, uma sem-terra com um dono de latifúndio, situações que só um autor brilhante como o Benedito Ruy Barbosa sabe fazer. Juntar essas partes talvez irreconciliáveis na vida de forma tão bonita na novela.
Alguma curiosidade em especial ficou marcada nas suas lembranças dos bastidores?
O que eu me lembro de mais gostoso foi que eu quis fazer as duas fases da novela. Eu disse ao Benedito que eu queria entrar na primeira fase de qualquer jeito, e ele me deu um personagem extraordinário, o Antônio Mezenga, que é o avô do Bruno Mezenga, um italiano que migrou para o Brasil e era dono de uma fazenda de café. Um personagem delicioso, me diverti muito fazendo, e mais ainda sabendo que eu faria a segunda fase da novela.
Como foi a parceria com a Patricia Pillar e com outros atores do elenco que você mais conviveu durante a novela?
O elenco era muito especial, tinha gente muito querida. A Patricia é uma companheira de cena fantástica, de uma simpatia, muito carinhosa com todos. Eu tinha também o Stênio (Garcia) como companheiro de cena, já havíamos feito tantos anos de ‘Carga Pesada’, e depois voltamos a trabalhar juntos, foi um reencontro marcante. Bete Mendes também era especial… se eu continuar vou falar o nome de todo mundo, porque eram realmente pessoas maravilhosas.
Qual a cena ou sequência mais te marcou em ‘O Rei do Gado’?
A sequência que mais me marcou foi a ida do Enrico (Leonardo Brício), filho do Antônio Mezenga, para a guerra. Ele fala que vai para a guerra porque o pai não o deixa se casar com a filha do Giuseppe Berdinazzi (Tarcísio Meira), a Giovanna (Leticia Spiller), e essa cena é linda. O filho indo para o portão, com o pai e a mãe desesperados na fazenda. Gosto muito de lembrar dessa cena.
De que forma essa novela marcou sua carreira?
A novela, como eu disse, me marcou para o resto da vida. Eu sou o ‘rei do gado’ para muita gente ainda hoje, principalmente pelas questões que ela levantou. Não só no Brasil, mas no mundo inteiro: ‘El Rey del Ganado’ na América do Sul, eu fui reconhecido na Rússia, na Hungria… foi uma novela que explodiu no mundo inteiro, sempre muito bem recebida.