O segundo filme de Avatar, o Avatar: O Caminho da Água, finalmente chegou depois de mais de 10 anos. Uma nova história que leva Jake Sully (Sam Worthington), Neytiri (Zoe Saldaña) e seus filhos saindo da floresta para as vastas paisagens da lua Pandora, onde encontram um novo lar junto do clã Metkayina, uma comunidade apresentada pela primeira vez que vive em conexão com a água.
A nova história traz novos desafios, neste caso foi desenvolver filmagens debaixo d’água. E assim como no primeiro filme, a equipe revolucionou a tecnologia, mostrando que é possível contar uma trama extraordinária.
Lá em 2009, James Cameron e a sua equipe gravaram Avatar usando a técnica revolucionária de “captura de atuação facial baseada na imagem” para dar vida aos personagens gerados por computador da maneira mais realista. Para isso, foi desenvolvido um novo sistema utilizando uma câmera presa na cabeça dos atores para registrar com precisão as menores nuances de suas performances faciais, sobretudo o movimento dos olhos, o que não acontecia com os sistemas anteriores. Essa informação foi então processada pela equipe de efeitos visuais, que desenvolveu a tecnologia necessária para fazer os personagens em CGI demostrarem as emoções exatamente como seus respectivos atores. Para “Avatar: O Caminho da Água” e suas sequências, o sistema anterior foi substituído por duas câmeras de alta definição projetadas para registas a interpretação com mais fidelidade e sutileza.
“O mais importante era poder filmar debaixo d´água e na superfície para que os personagens fossem vistos nadando, saindo da água e mergulhando. Parece real porque a captura do movimento foi real. E a emoção foi real”, diz Cameron.
Um dos obstáculos para a gravação já começou cedo, eles perceberam que o equipamento só conseguia gravar sob a água se fosse totalmente cristalina. Ou seja, a equipe não poderia utilizar os equipamentos de mergulho para não fazer bolhas.
“Cada uma dessas bolhas funciona como um minúsculo espelho distorcido. O sistema que está tentando ler todos os sensores do corpo do ator para capturar o movimento não consegue distinguir os sensores das bolhas”, explica Cameron. A restrição fez com que todos tivessem que prender a respiração dentro do tanque, incluindo técnicos de iluminação, cinegrafistas e os próprios atores.
Para o elenco conseguisse atuar debaixo de água, chamaram o a Kirk Krack, especialista mundialmente reconhecido em mergulho livre e para geral se adaptar a isso.
Cameron garante que o elenco gostou muito do processo e todos se mostraram ótimos mergulhadores livres, principalmente a atriz Kate Winslet, que interpreta a personagem Ronal, matriarca do clã Metkayina. “Kate adorou a liberdade de poder atuar debaixo d’água. Ela conseguiu prender a respiração por uns 7 minutos e 20 segundos. Eu faço mergulho livre há 50 anos e acho que o máximo que consegui prender a respiração foi 5 minutos e meio”, conta o diretor.
Por fim, o processo de criação das imagens aconteceu na Nova Zelândia, mais precisamente no estúdio de efeitos visuais do cineasta vencedor do Oscar Peter Jackson. Semelhante ao Avatar de 2009, os artistas do estúdio trabalharam para continuar dando vida aos Na’vi, preservando todas as nuances e sutilezas da atuação.
“Para mim, tudo se resume aos personagens e a capacidade de estar com eles, de estar no momento com eles, ver suas ações, entender o que estão sentindo e o que está acontecendo com eles. Sempre na busca por essa conexão emocional”, diz o supervisor de efeitos visuais Joe Letteri.
“Tivemos que descobrir como a água se move quando uma criatura gigantesca desloca toneladas de água com suas barbatanas, ou quando a menor gota de chuva cai na testa de alguém, escorrendo pela sobrancelha e pela bochecha. É uma questão extraordinariamente complexa, mas o mais bonito é que, se você conseguir resolver o tema da água para este filme, poderá fazer tudo na água a qualquer momento até o fim dos tempos. Portanto, estas ferramentas se tornam extremamente importantes para a indústria de efeitos em geral”, concluiu James Cameron.