Mulheres nos eSports: Quebrando estereótipo e dominando o canário gamer

Foto: Divulgação

No mundo dos games, as mulheres estão ganhando espaço e quebrando estereótipos, transformando o cenário dos eSports no Brasil e globalmente. Uma pesquisa recente revelou que elas já são 50,9% do público gamer, mostrando uma mudança importante num ambiente antes dominado pelos homens.

Essa presença feminina não é apenas uma tendência demográfica, mas também cultural e socioeconômica. Muitas mulheres estão liderando o consumo de jogos, e a diversidade aumenta com a participação de pretos e pardos, além de pessoas de classes sociais mais baixas, que muitas vezes usam smartphones para jogar.

“Aumentar o número de mulheres nos eSports é algo que me deixa extremamente feliz. Ver mais pro players femininas, criadoras de conteúdo e personagens femininas nos jogos é inspirador e fortalece nossa presença nesse universo.” – comenta Letícia Paz, conhecida como Letiltz.

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Apesar desse avanço, os desafios ainda são grandes. O machismo e os estereótipos de gênero continuam presentes, afetando a participação e o tratamento das mulheres nos jogos eletrônicos.

“O machismo nas partidas, lives e chats é constante. Muitas vezes nos escondemos atrás de nicks masculinos para evitar assédio. Já usei nicks neutros, mas o problema não é nosso, e sim de quem ofende. Hoje uso meu nick feminino e encorajo outras meninas a fazerem o mesmo.” – explica Letiltz.

Mais de 50% das jogadoras admitiram ocultar seu gênero nos jogos para evitar assédio, e muitas evitam usar o chat de voz. Esse comportamento reflete um ambiente ainda preconceituoso e discriminatório.

“Todas as mulheres gamers que conheço têm histórias de assédio para contar. Com uma presença feminina maior, estamos trazendo mais visibilidade para esse problema e discutindo formas de mudar a situação. Recentemente, participei da campanha #NãoMexeComAsPrincesas, da Vivo, para combater o assédio nos games e promover a liberdade de expressão das mulheres.” – diz Letiltz.

Apesar dos obstáculos, há sinais positivos de mudança. Alguns times já reconhecem a força feminina no cenário e oferecem apoio e oportunidades para jogadoras profissionais, criando um ambiente mais inclusivo e igualitário.

“É importante repreender atitudes tóxicas nos jogos, e isso deve partir também dos homens que presenciam esses comportamentos. Eu sempre denuncio e incentivo a punição desses jogadores. Todos devemos fazer o mesmo.” – finaliza Letiltz.

Neste momento crucial, é essencial que a comunidade gamer, organizações e empresas do setor trabalhem juntos para combater o sexismo e promover a diversidade nos jogos eletrônicos. Só assim, os eSports podem se tornar um espaço verdadeiramente igualitário e representativo para todos.

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