O que os Millennials chamavam de “nem-nem”, a Geração Z agora conhece como NEET — sigla para “Not in Education, Employment or Training” (nem estudando, nem trabalhando, nem em estágio). A diferença? A crítica ficou ainda mais pesada . E o problema real não tá no termo, mas no que ele revela: pesquisas ao redor do mundo indicam que cerca de 40% dos jovens pensam em largar seus empregos pra viver de subsídios.
Pra ter uma ideia da gravidade, só 10% da população geral considera essa alternativa. Ou seja: a crise é geracional. E o mais preocupante? Muita gente ainda reduz isso tudo a “falta de vontade” — quando, na real, o buraco é bem mais embaixo. ️
O recado tá aí faz tempo…
Uma pesquisa do governo britânico escancarou o cenário: lá, quem não trabalha pode receber auxílio do Estado. E, mesmo assim, os benefícios são tão baixos que muitos jovens que tentam viver desse jeito admitem que não vale a pena. Um deles contou à revista Fortune que “pedir auxílio é um trabalho em tempo integral, só que sem nenhum dos aspectos positivos”.
Esses jovens relatam um processo gradual de esgotamento. Muitos vão se afastando aos poucos, escondendo o que estão sentindo e evitando até falar com os chefes — até que, bum , somem do nada. E os empregadores? Só 1 em cada 5 percebe sinais de que alguém está prestes a pedir as contas. Alerta vermelho total.
Saúde mental em frangalhos
Um dado que chama atenção: jovens com problemas de saúde mental têm 4,7 vezes mais chances de estarem economicamente inativos. Ou seja, o crescimento do número de NEETs tá diretamente ligado a um colapso emocional coletivo.
E o que esses jovens dizem que poderia ter evitado isso? Nada de salários altos ou cargos de chefia. A maioria fala de algo bem mais simples: flexibilidade no trabalho e apoio de líderes mais empáticos. Algo que poderia, sim, fazer a diferença.
⚙️ Um futuro promissor… que ficou pra trás?
Agora vem o maior paradoxo de todos. A Geração Z cresceu acreditando que o futuro seria digital, remoto e flexível. Reuniões por Zoom, home office, metas entregues de qualquer lugar. Mas… esse futuro promissor parece estar minguando.
Por quê? Porque quem detém o poder de decisão no mundo corporativo prefere o velho modelo tradicional. Aquele com crachá, ponto eletrônico e reuniões presenciais intermináveis. E, mesmo com dados comprovando que o trabalho remoto pode ser mais produtivo, a galera do topo optou por regredir.
Dois lados da mesma moeda
No fim, temos dois caminhos diferentes, mas conectados. De um lado, jovens desmotivados, sentindo que o sistema não conversa com suas realidades. Do outro, empresas reclamando da falta de engajamento, enquanto reduzem ainda mais a já escassa flexibilidade.
A solução? Encontrar um meio-termo, um modelo de trabalho que seja mais justo, empático e adaptável pra todos. Algo que — spoiler! — pode acontecer assim que a Geração Z alcançar os cargos de decisão e começar a moldar o mercado com seus próprios valores.