Depois de esgotar quatro noites no Rio de Janeiro, quatro em São Paulo e uma em Salvador, a musa Maria Bethânia ouviu os pedidos dos fãs e adicionou novas datas à sua celebrada turnê de 60 anos de carreira! ✨
As apresentações extras vão rolar no Vivo Rio, nos dias 20 e 21 de setembro; no Tokio Marine Hall, em São Paulo, nos dias 18 e 19 de outubro; e na Concha Acústica de Salvador, no dia 16 de novembro. ️
Clientes Elo terão direito à pré-venda exclusiva nos dias 08 e 09 de julho, a partir das 10h online e 11h nas bilheterias oficiais. A venda para o público geral começa no dia 11 de julho, nos mesmos horários e canais. Os ingressos estarão disponíveis no site www.ticketmaster.com.br e nas bilheterias oficiais (sem taxa de serviço). Quem pagar com cartão Elo poderá parcelar em até 5x sem juros; os demais, em até 3x.
A turnê é apresentada pela Elo e realizada pela Live Nation Brasil. Para mais infos, acesse www.livenation.lat. ️
CONFIRA AS DATAS DA TURNÊ:
Rio de Janeiro | Vivo Rio
06/09 – Esgotado
07/09 – Esgotado
13/09 – Esgotado
14/09 – Esgotado
20/09 – Show Extra
21/09 – Show Extra
São Paulo | Tokio Marine Hall
04/10 – Esgotado
05/10 – Esgotado
11/10 – Esgotado
12/10 – Esgotado
18/10 – Show Extra
19/10 – Show Extra
Salvador | Concha Acústica
15/11 – Esgotado
16/11 – Show Extra
️ SEIS DÉCADAS DA VOZ DE UM PAÍS
Por Leonardo Lichote
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Maria Bethânia está celebrando 60 anos de carreira com um show que mistura canções inéditas com clássicos atemporais . As referências para esse espetáculo são obras-primas como Rosa dos Ventos (1971) e A Cena Muda (1974), que marcam a interseção entre música e teatro — uma das assinaturas mais marcantes da artista.
Ela se lembra com todos os detalhes de sua estreia no espetáculo Opinião, em 1965. O nervosismo do irmão Caetano Veloso contrastava com sua serenidade. O coque improvisado virou marca registrada, e o impacto foi imediato com “É de manhã” e o poderoso “Carcará”, num Brasil recém mergulhado na ditadura militar. ️
Bethânia nasceu no palco. Desde aquele teatro acanhado em Copacabana, sua trajetória virou parte da história da nossa música — e do coração do povo brasileiro. Sua voz, que mistura doçura e aspereza, drama e mel, ecoa com intensidade. Como já cantou nos versos de Chico Buarque:
“O meu canto, punhalada, não conhece o perdão…”
Toca Maria Bethânia pra ela, mostra que tu é intenso! — virou meme, mas diz muito. Desde cedo, ela preferiu os amores dilacerados e o samba-canção às convenções da bossa nova ou ao barulho da Tropicália. Ela mesma relembra:
“Voltei cantora da noite, meio cafona, com música que ninguém cantava…”.
Em 1965, lançou Caetano como compositor ao cantar “É de manhã”. A partir daí, sua voz levou ao grande público nomes como Gonzaguinha, Sueli Costa, Angela Ro Ro, Alceu Valença, Chico César, Vanessa da Mata, Tim Bernardes, entre muitos outros. Gerações atravessadas por sua luz. ✨
Bethânia também é símbolo de religiosidade e ancestralidade. Filha de Oyá, ela canta sua fé com força e poesia. Em Carta de Amor, mistura versos próprios com cantos tradicionais:
“Não mexe comigo, que eu não ando só…”
No palco, virou entidade. Com Fauzi Arap, criou uma linguagem única, onde canções se fundem com textos em espetáculos teatrais de arrepiar. Desde Comigo me desavim (1967) até Maricotinha (2001), seu jeito Bethânia de emocionar o público ganhou forma.
Mesmo nas lives — como a de 2021 — manteve o estilo: músicas coladas umas às outras, sem pausa, sem silêncio. Como ela mesma diz: “Eu espero o aplauso, mas não conto com ele”.
O novo show, em comemoração aos 60 anos, será pura dramaturgia: texto e música andando de mãos dadas. E vai ter música inédita, sim! As inspirações vêm lá dos anos 70, mas a entrega é 100% atual — a Bethânia mais Bethânia possível.
Em 1978, com Álibi, ela bateu o recorde de vendas de discos para uma cantora brasileira. Ali estão hits como “Explode Coração”, “Sonho Meu”, “Negue” e “O Meu Amor” (com Alcione).
Ao lado de Gal Costa, Caetano e Gil, integrou os Doces Bárbaros e brilhou em álbuns como Maria Bethânia e Caetano Veloso (1978). Depois, seguiu lançando obras marcantes como Mel (1979), Dezembros (1986), Memória da Pele (1989), Brasileirinho (2003), Noturno (2021) e tantos mais.
Bethânia mapeou afetos, raízes e o Brasil profundo com sua voz. Seja exaltando as águas em Mar de Sofia, homenageando Vinicius em Que falta você me faz, ou dividindo palco com Zeca Pagodinho em De Santo Amaro a Xerém — Bethânia desenhou um Brasil poético, real, ancestral e popular.
Celebrada no carnaval da Mangueira, nos docs Música é perfume e Fevereiros, e ovacionada nas turnês com Caetano, ela segue sendo guia e guardiã desse Brasil que canta com o coração.
Porque, como ela mesma entoou há 60 anos no Opinião:
“A barra do dia vem.”