O ingresso na universidade é um momento de grandes transformações 🎓✨, cheio de novas demandas acadêmicas, sociais e comportamentais. Para estudantes autistas, no entanto, essa etapa pode ser ainda mais complexa, exigindo adaptações específicas e, principalmente, mais sensibilidade e preparo por parte das instituições de ensino.
Essa é a reflexão central do artigo Desafios de universitários autistas, da inclusão e adaptação ao adoecimento no ensino superior, uma revisão de literatura, publicado recentemente pela psicóloga e pesquisadora Dra. Marina Zotesso 📚🧠. O estudo analisa, a partir de uma revisão de literatura, os principais obstáculos enfrentados por jovens autistas nas universidades brasileiras, além dos fatores que contribuem para o adoecimento psicológico nesse contexto.
A pesquisa aponta um aumento expressivo no número de estudantes autistas no ensino superior, impulsionado por políticas públicas de inclusão, avanços na detecção precoce e maior acesso à educação básica 🧩📈. Apesar desse crescimento, a representatividade desses alunos ainda é baixa nas universidades, e os desafios para garantir a permanência e o sucesso acadêmico continuam sendo significativos.
Esse cenário também se reflete no próprio processo metodológico da revisão realizada pela pesquisadora. Dos 1.603 estudos encontrados inicialmente, apenas cinco atenderam aos critérios e abordavam diretamente a experiência de universitários autistas. O número reduzido de publicações evidencia como essa população ainda é pouco investigada, reforçando a invisibilidade e a escassez de dados sobre suas vivências no ensino superior. Esse apagão de informações dificulta avanços concretos na formulação de políticas públicas e na implementação de práticas realmente inclusivas 🏫⚠️.
De acordo com a autora, os achados reforçam a necessidade urgente de ações efetivas de inclusão, que vão desde ajustes curriculares e acessibilidade comunicacional até a formação de docentes e equipes técnicas preparadas para compreender as especificidades do espectro autista 🤝📖. “Não basta garantir o ingresso, é preciso criar ambientes que favoreçam a permanência e o bem-estar desses estudantes”, destaca Marina Zotesso. Para a pesquisadora, reconhecer e atender essas necessidades não é um diferencial, mas um compromisso diretamente ligado ao direito à educação de qualidade para todos.
O artigo completo está disponível em:
https://ojs.cuadernoseducacion.com/ojs/index.php/ced/article/view/9850/6568
Sobre a autora:
Marina Zotesso é Doutora e Mestre em Psicologia pela Universidade Estadual Paulista, UNESP 🎓, Pós-doutoranda pela Universidade de São Paulo, USP, e professora no Instituto Lahmiei da UFSCar. Atua há mais de uma década como terapeuta clínica sob o viés comportamental, além de ser consultora e supervisora em ABA. Sua pesquisa e atuação concentram-se na Psicologia Comportamental, com ênfase no autismo e na adolescência no espectro 💙🧩.










