O que pode acontecer quando se dá liberdade criativa a um diretor como James Gunn (Guardiões da Galáxia)? Bom, se você pensou em algo caótico, fantasioso, divertido, insanamente construído e alinhado, você está absolutamente certo! Posso lhe garantir que você sairá super enérgico da sala de cinema ao ver “O Esquadrão Suicida” da Warner Bros. Bora pro review?
O ESQUADRÃO SUICIDA, de James Gunn, é um acontecimento cinematográfico que presenteia os fãs entregando tudo que se imagina. Um espetáculo criativo e sanguinário que atrela comédia, violência e reflexão na medida certa.
O que encontramos no novo lançamento da Warner Bros. Pictures, não se limita há um reboot de seu antecessor de 2016, porém não podemos defini-lo como uma sequência, mas sim uma reconstrução de um universo de personagens icônicos que foi tão mal aproveitado anteriormente, além de nos apresentar uma infinidade de outros tão marcantes.

A genialidade de Gunn é assinada por uma imprevisibilidade enorme no roteiro, matando personagens teoricamente importantes nos primeiros 10 minutos de filme. Completamente diferente da história do longa de 2016, de David Ayer, que consistia em fazer um longa sobre um time, porém voltou seus olhos apenas para dois personagens deixando a história em si totalmente de lado. Gunn retrata esse erro e consegue dosar bons tempos de tela para os velhos conhecidos do público, como também, contar uma história mais próxima aos quadrinhos, fazendo jus ao título que o filme carrega.
O ESQUADRÃO SUICIDA de Gunn escolhe caminhos nada tradicionais para contar essa história, algo este que fará com que os fãs pulem diversas vezes da cadeira ou derrubem a pipoca em sua sala. A história se inicia nos apresentando SÁBIO, interpretado pelo seu velho conhecido de Guardiões da Galáxia, Michael Rooker, isolado em uma cela da penitenciaria, até que AMANDA WALLER (Viola Davis), o recruta para o numeroso grupo de vilões, a FORÇA TAREFA X (nome fantasia de Esquadrão Suicida), cujo o objetivo dessa vez é invadir Corto Maltese e acabar com o experimento científico Estrela-do-Mar que se encontra no complexo de Jotunheim.

CAPITÃO BUMERANGUE (Jai Courtney), RICK FLAG (Joel Kinnaman) e ARLEQUINA (Margot Robbie), são brilhantemente reintroduzidos na história, nos permitindo resgatar breves acontecimentos vividos por eles no longa anterior. RICK FLAG continua apresentado seu senso de justiça e cumplicidade ao esquadrão desenvolvendo uma personalidade própria que se preciso for poderá ir contra as ordens de seus superiores, e a nossa querida ARLEQUINA mantém a evolução que mostrou em Aves de Rapina e segue brilhando, com muita personalidade e sequências de ação de tirar o fôlego, nossa querida personagem é a alma do Esquadrão.
E para alívio dos fãs, dessa vez o vilão a ser derrotado não é o foco principal do longa, mas sim a jornada deles até chegarem no ponto alto do clímax. Tiro certeiro de Gunn, que nos mostra mais camadas desses personagens e como cada uma lida com a dor do outro.

No já sucesso da Warner Bros. Pictures, podemos destacar a estrela de Daniela Melchior que vive CAÇA-RATOS 2. Ela agarrou a oportunidade e consegue nos cativar em seus momentos de tela, uma personagem de diversas camadas e muito difícil de nos fazer se afeiçoar, um grande acerto do filme além de sua troca com Idris Elba que nos trazem um toque a mais de humanidade. Elba por sua vez dispensa comentários, e se você está com receios de que seu SANGUINÁRIO seria apenas o substituto do PISTOLEIRO de Will Smith, você está equivocado.
O personagem de Elba líder do grupo, aceita a missão após grande pressão de AMANDA WALLER (Viola Davis) que pretende prender sua filha em uma das piores penitenciarias apenas pela jovem roubar um relógio com televisão. O que acontece com seu personagem é que pelo contexto inserido é extremamente difícil não o compará-lo com o saudoso PISTOLEIRO de Will Smith, porém por apresentar mais camadas e possuir nuances e problemas de fácil identificação podemos criar um afeto maior e deixar de lado a comparação. Suas cenas com John Cena (PACIFICADOR) são ótimas formas de quebrar o clima pesado do filme que nos prende em alguns momentos, além da grande fobia de ratos que mostra o quanto o personagem pode nos divertir.
Apesar do figurino esdrúxulo, John Cena nos mostra um PACIFICADOR super carismático mesmo possuindo uma obsessão bizarra em querer manter a paz a todo custo (podendo matar qualquer pessoa se pra isso for necessário), como também uma fixação pelos membros genitais dos outros (estes momentos são hilários, se prepare!). Outro velho conhecido do diretor, David Dastmalchian, vive o depressivo HOMEM DAS BOLINHAS, um personagem icônico que possui complexo de Édipo e nos diverte em absolutamente todos os seus momentos de tela.

O longa conta também com Peter Capaldi como PENSADOR (É através dele que o gigantesco Starro é desenvolvido, opa olha o spoiler!), Sean Gunn através da captura de movimentos nos deixa de boca aberta com a DONINHA, Nathan Fillion como o super articulado O.C.D., Pete Davidson vive (o TRAIDOR) BLACKGUARD e se prepare para conferir Sylvester Stallone como a voz do TUBARÃO REI.
E tem muita representatividade sul-americana no longa. A história nos leva a ilha de Corto Maltese em meio ao caos de um golpe de Estado, liderado pelo GENERAL SUAREZ interpretado pelo ator Joaquín Cosio e pelo então presidente SILVIO LUNA (Juan Diego Botto) cujo objetivo é se repelar contra as grandes potências do mundo e colocar Corto Maltese no mapa na luta contra os americanos.

Já a representante brasileira Alice Braga vive a líder revolucionária SOL SORIA, responsável por encabeçar um grupo de membros da resistência e tentar encontrar formas de derrubar os generais que comandam a ilha. E como de costume, Alice cumpre muito bem o que se deve e nós é que ficamos com um gostinho de quero mais. Não podemos esquecer de citar a trilha sonora que apresenta “Quem Tem Joga” de Drik Barbosa com Gloria Groove e Karol Conka.
A premissa da idea antimoral que vemos em séries e filmes como “The Boys, Deadpool, Invincible” que descontroem a ideia do heroísmo, tal qual a forma correta de utilizar seus poderes e a quem devo servir é a receita perfeita e que nos cria uma atmosfera real, além de nos preparar para o futuro, pois O ESQUADRÃO SUICIDA nos faz esquecer a decepção antiga e nos instiga a criar expectativas para os próximos passos da franquia.

E nesse caos apoteótico criado por Gunn ele nos mostra um controle preciso e através de efeitos especiais e CGI dão pra nós fãs, um carinho a mais pelo filme. O Esquadrão Suicida é um recomeço e um marco tanto para o diretor quanto para o universo expandido da DC que faz com que suas mais de duas horas passem voando.
Estreia hoje (5 de agosto) em todos os cinemas e breve também no catálogo da HBO Max. Já estou me preparando para assistir de novo! Você não pode perder.
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