Matrix Resurrections | Review: Amor, Luta e Manifesto! Confira:

Matrix Resurrections, 2021
Matrix Resurrections, 2021

A franquia que revolucionou o mundo cinematográfico volta à tona com a missão de superar as expectativas dos fãs e apresentar esse universo digital para uma nova geração. Tarefa nada fácil para a diretora Lana Wachowski que assina o roteiro em conjunto de David Mitchell e Aleksandar Hemon, dessa vez não conta com a parceria de sua irmã Lily, motivo de alerta entre os fãs.

20 anos separam o primeiro Matrix para Matrix Resurrections, e com o avanço das tecnologias aliadas a todo um arsenal de efeitos de computação gráfica, atores e atrizes puderam ser rejuvenescidos e contribuírem para a história. Vitória dos fãs!

Keanu Reeves em Matrix 1999
Keanu Reeves em Matrix 1999.

O longa escolhe como clichê a velha história de amor, que nem mesmo o tempo é capaz de atrapalhar e para a lógica uma tarefa difícil de explicar. Wachowski também entende o poder do mito, e este reencontro dos ressuscitados Neo e Trinity faz com que o misto de imagens novas e antigas seja um estímulo imensurável para aqueles que cresceram e se sentiram impactados com a franquia.

Uma declaração da diretora em um painel de festival acaba nos revelando diversos caminhos. Mesmo a Warner Bros, ano após ano, oferecendo caminhões de dinheiro para que as irmãs Wachowski, realizassem um novo Matrix, o que as trouxe de volta para esse universo foi a dificuldade em lidar com a morte dos pais.

Lana Wachowski em coletiva.
Lana Wachowski em coletiva.

“Uma noite, eu estava chorando e não conseguia dormir; meu cérebro então explodiu essa história inteira. Eu não podia ter meu pai e minha mãe, não podia conversar com a minha mãe; contudo, de repente, eu tinha Neo e Trinity”, conta a diretora.

Em resumo e para não estragar a surpresas e sua experiência em assistir ao longa, esse sentimento traduz a essência do filme. Quando as emoções falam mais alto que a razão se dá pela busca implacável pra reencontrar quem você ama, justamente o que acompanhamos com Neo em busca de sua amada Trinity (Carrie-Anne Moss).

Esse sentimento se dá ao fato do relacionamento de ambos ganhar maior destaque desta vez e ser a grande narrativa cinematográfica. Também se faz notar em detalhes técnicos, como por exemplo os grandes momentos focados na ação de ambos com uma boa mistura de takes dos longas passados.

Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss durante cena do filme.
Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss durante cena do filme.

Lana também parte ao embate entre a integridade artística e a ganância das grandes empresas, capaz de serem traduzidas e expostas na telinha. O script que para os leigos possa parecer um tanto quanto confuso é capaz de resolver e nos mostrar que fim teve Neo após os acontecimentos de Matrix Revolutions (2003), além de criticar a tendência da indústria de reciclar os mesmos produtos, sempre tocando na tecla da apelação para certos vícios de linguagem como o sarcasmo com a Warner e as infinitas piadas sobre o famoso bullet time.

Neil Patrick Harris como The Analyst em Matrix Resurrections.
Neil Patrick Harris como The Analyst em Matrix Resurrections.

O filme se torna completo quando é capaz de fazer críticas a temas políticos atuais, reafirmando as declarações de Lilly direcionadas a personalidades como Ivanka Trump, Elon Musk entre outros. Porém o principal antagonista desta vez é vivido pelo Barney de How I Met Your Mother, Neil Patrick Harris e seu complexo The Analyst, que acredita ser mais fácil manipular nossos sentimentos do que manipular nossas atitudes.

Não podemos esquecer do apelo com o retorno a franquia de personagens importantes e especiais, destaco o Morpheus, o personagem clássico de Laurence Fishburne desta vez vivido por Yahya Abdul-Mateen II que rouba a cena e aparece completamente repaginado em seus momentos de tela.

Yahya Abdul-Mateen II como Morpheus.
Yahya Abdul-Mateen II como Morpheus.

Com um final previsível e todos os acontecimentos importantes resolvidos nos primeiros atos, o longa não chega nem perto de seus momentos de glória e marcantes do revolucionário filme de 1999, porém funciona muito bem para atrair uma nova geração de fãs e confortar aqueles que tanto sentiram falta das aventuras criadas pelas irmãs Wachowski. Promover o reencontro de personagens tão marcantes para a história do cinema em um universo tão querido é nostálgico e tem seu valor.

É pouco para uma obra tão significativa na vida de muitas pessoas, porém é um recomeço que conforta e aquece aqueles que tanto suplicaram por novas aventuras de Neo e Trinity.

Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss em cena.
Keanu Reeves e Carrie-Anne Moss em cena.

O longa ainda está disponível nas telonas e chega ao catálogo da HBO Max, a partir do dia 26 de janeiro, não perca!

Assista ao trailer:

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