Aee! Sou Augusto Ruiiz, influenciador de saúde e estudante de medicina do quarto ano, aqui no interior de SP e esta é minha coluna e venho abordando diversos assuntos da saúde. Hoje falaremos de um grande questão para os homens indepentende da sua condição sexual e que tem pênis ou famoso “pau”. Sei que existe muita lenda sobre a melhora da libido, e que tem tudo haver com impotência sexual, ou como também é conhecida, disfunção erétil ou mais conhecida “brochada”.
Mas o que é a disfunção erétil? Quais as causas? Existem tratamentos? Vou tirar essas ideias erradas da sua cabeça. Se liga!
A disfunção erétil ainda é um assunto considerado tabu (mesmo em 2022!), muitos homens sentem vergonha de falar sobre este problema que, segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, atinge cerca de 25 milhões de indivíduos.
É considerado impotência sexual a dificuldade para ter ou manter uma ereção que permita ter relação sexual satisfatória em, pelo menos, 50% das tentativas.
Essa dificuldade não se restringe a nenhuma idade, sendo esse apenas um fator de risco. Algumas das principais causas, fora algumas doenças crônicas, como insuficiência renal ou diabetes, são:
- Neurológicas: problemas neurológicos podem ser responsáveis por causar a disfunção erétil em alguns casos. Temos como exemplo doenças degenerativas (esclerose múltipla, doença de Parkinson); acidente vascular cerebral; tumores do sistema nervoso central e traumatismos.
- Psicológicas: depressão, transtorno de ansiedade e estresse podem não só causar a diminuição da libido como podem gerar sentimentos de ansiedade e insegurança no homem e afetar sua performance sexual.
- Circulação sanguínea: qualquer alteração na circulação do sangue na região peniana pode causar a disfunção erétil. Algumas das causas para alteração na circulação são doenças cardiovasculares, colesterol alto e tabagismo.
- Distúrbios hormonais: alterações hormonais, principalmente níveis baixos de testosterona, um hormônio importante para a ação da libido, podem ser a causa da impotência sexual.
- Uso de drogas: o excesso de medicamentos ou alguns medicamentos específicos como anti-hipertensivos, remédios para depressão e antipsicóticos, podem ser a causa. Assim como o uso de drogas lícitas como álcool ou ilícitas como a heroína, cocaína, entre outras.
Mas, como a impotência sexual acontece?
A impotência ocorre quando há comprometimento da circulação sanguínea. O pênis possui dois grupos de fibras nervosas, sendo um deles responsável pelos sinais inibitórios, e o outro grupo pelos sinais excitantes.
Para a ereção acontecer corretamente, através de circuitos formados por neurônios, os mecanismos cerebrais enviam mensagens para as fibras nervosas.
Dessa forma, os grupos de fibras nervosas começam a enviar sinais inibitórios e excitantes, e a impotência ocorre quando é identificado algum problema nesse processo.
Os sintomas da disfunção erétil vão além da dificuldade de manter ou ter uma relação sexual.
Alguns dos sinais mais comuns são:
- Dificuldade para ter ou manter uma ereção ;
- Ejaculação precoce ou tardia;
- Redução da libido;
- Perda dos pelos corporais;
- Redução no tamanho do órgão ou surgimento de calombos;
- Fadiga excessiva durante a relação sexual.
O responsável pelo tratamento e diagnóstico da disfunção erétil é o médico urologista. O profissional observa o histórico do paciente, analisando doenças já existentes e os sintomas apresentados, assim como a frequência das ereções.
Em alguns casos o médico pode dar início ao tratamento apenas com essas observações, porém, existem três exames que oferecem um diagnóstico de impotência, o que possibilita identificar a origem do problema.
- Ecodoppler peniano: Esse exame permite observar se há alterações na circulação, se há obstrução na artéria que leva sangue ao pênis, e também consegue identificar o aumento na quantidade de tecido cicatricial, o que pode indicar a doença de Peyronie.Para realizar esse exame é injetado, diretamente no pênis, um medicamento para estimular uma ereção. Em seguida, é medido o fluxo arterial e observado a túnica que reveste os corpos cavernosos do órgão. Através deste procedimento, o urologista consegue avaliar a gravidade da disfunção e recomendar a melhor forma de tratamento.
- Teste de ereção fármaco-induzido: Assim como o anterior, o procedimento ocorre com aplicações de medicamentos diretamente no pênis para estimular e avaliar a ereção do paciente.
- Teste de tumescência peniana noturna: O exame avalia a quantidade, a rigidez e a duração das ereções noturnas. Ele é realizado com o auxílio de aparelhos que medem a ereção do paciente enquanto está adormecido.
O tratamento da disfunção erétil pode ser feito com alguns medicamentos, como:
- inibidores da fosfodiesterase 5, que atuam como vasodilatadores e estimulantes;
- Medicamentos aplicados diretamente no pênis;
- Injeção peniana, geralmente são aplicadas em pacientes com contraindicação à medicação oral ou tópica.
Em casos de déficits hormonais, alguns pacientes fazem a suplementação de testosterona. Este tipo de tratamento pode ser feito com cápsulas orais, medicamentos em forma de gel ou, em casos mais graves, medicação injetável. No caso do medicamento injetável, a aplicação deve ser realizada pelo próprio paciente antes da relação sexual.
Além das questões físicas citadas que podem gerar a impotência, também é importante considerar a saúde mental dos pacientes, afinal ela pode ser uma das causas da disfunção erétil.
Segundo a dona OMS (Organização Mundial da Saúde), mais de 300 milhões de pessoas ao redor do mundo têm depressão.
Este transtorno pode ser a causa da disfunção, considerando que um dos sintomas da depressão é a diminuição da libido e a mesma é essencial para iniciar e manter uma relação sexual.
Mas é importante ficar atento, pois a depressão também pode se manifestar após o desenvolvimento da disfunção erétil, afinal a impotência pode afetar a autoestima do paciente.
A depressão pode se desenvolver de forma silenciosa e nem ser notada no início (preste atenção muito em que você ama e estar ao seu redor), por isso, é essencial que o paciente, mesmo acreditando que esteja com a mente saudável, consulte um psicólogo.
Além da depressão, existem outros fatores psicológicos que podem afetar o paciente, como a ansiedade.
A ansiedade é uma das condições mais citadas nos dias atuais. Ela pode surgir em pessoas de qualquer idade, e pode gerar surgimento de outros transtornos como o Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), a Síndrome do Pânico, e até mesmo a depressão.
De acordo com uma pesquisa para avaliar a saúde mental dos brasileiros, conduzida pelo Ministério da Saúde e com a participação de mais de 17 mil pessoas em todo o País, foi observado que 86,5% dos entrevistados estavam enquadrados em algum tipo de ansiedade patológica
Quando o paciente tem consciência que sofre de impotência ele pode acabar ficando receoso de ter relações. Esse receio vai gerando medo e começa a se tornar um problema.
O homem começa a ter medo de ter relações, acaba evitando até mesmo a se relacionar romanticamente com alguém por vergonha da sua condição. Esses hábitos geram uma angústia no sujeito e influenciam no desenvolvimento da ansiedade.
O estresse também é um fator comum. O dia a dia da maioria das pessoas é sempre muito agitado e cheio de pequenos momentos estressantes, como um engarrafamento, um problema no trabalho, um desentendimento… Essas situações geram esgotamento, não só mental, mas também físico.
O estresse altera os níveis de cortisol, um hormônio que regula o estresse, mas quando muito alto ou muito baixo pode alterar a produção de testosterona.
Nesses casos, onde o paciente apresenta algum desses fatores psicológicos o tratamento terapêutico deve ser realizado, podendo ser feito, ou não, em conjunto com o tratamento medicamentoso.
Enfim, será que existe prevenção para a disfunção erétil?
Bom, o recomendado acima de tudo é procurar manter um estilo de vida saudável. Buscar praticar exercícios físicos, uma alimentação balanceada e com toda certeza evitar fazer o uso de drogas. Além disso, cuidar da saúde mental também é uma excelente forma de prevenção.
Todo mês de novembro é promovida a Campanha Novembro Azul que existe para relembramos de como é importante se prevenir e promover a conscientização do cuidado com a saúde do homem. Ainda existe um tabu muito grande entre os homens para cuidarem de sua saúde e consultarem profissionais da área, principalmente quando se trata de impotência.
Por isso, um dos métodos mais eficazes de prevenção é ir regularmente ao médico, assim caso algum problema se manifeste ele será identificado e tratado de forma mais rápida e eficaz.
Espero ter ajudado a sanar as suas dúvidas sobre a disfunção erétil e conscientizado sobre a necessidade de sempre cuidar da saúde e esquecer que a brochada é comum e pode ser cuidada.
Colaboração na diagramação: Gustavo Luna
Revisão e adaptação: Rick Nóbrega