Sonic 2 | Review: Uma sequência divertida que mostra como fazer um vídeo game cinematográfico.

Mantendo a qualidade do primeiro filme, Sonic 2 da Paramount Pictures, continua sendo uma ótima diversão para toda família, inclusive para os consumidores do clássico game da Sega, embora aqui, diferente do primeiro filme da franquia, a direção tenha buscado algo que tivesse um estilo bem familiar que agrada tanto os adultos como as crianças. Essa sequência está mais focada no público infantil.

O diretor Jeff Fowler acaba trazendo diversos clichês e piadas bobas que podem funcionar para as crianças, mas os pais vão achar exatamente isso, bobo e infantil. Logo no início, já nos é apresentado uma sequência de Sonic bancando o super-herói, onde o personagem toma decisões bem precipitadas, mas que o público nota a obviedade do roteiro, tornando toda a sequência bem previsível.

O ritmo, sem dúvida, é mais infantil que seu antecessor, porém o diretor não esquece dos fãs mais velhos do personagem que jogaram o primeiro jogo do Sonic, e traz grandes momentos que lembram demais um vídeo game cinematográfico, para ser mais específico, as cenas de perseguição que são muito bem dirigidas, e mesmo não sendo o CGI mais refinado já feito, os efeitos cumprem com o que é proposto, proporcionando momentos realmente empolgantes e divertidos, a ponto de provocar nostalgia para os grandes fãs do ouriço azul veloz (sim, Sonic é na verdade um ouriço e não um porco-espinho como muitos pensam).

Assim como a ação empolgante, os cenários também têm bastante inspiração do game, dando um tom de aventura que ajuda na nostalgia, mas o único problema é o roteiro que não explora por completo esses lugares que despertam mais a atenção do público, colocando os personagens ali apenas para uma única finalidade para , em seguida, os levá-los para um ambiente mais convencional e cotidiano, o que não é tão interessante. O que acaba sustentando esses lugares mais comuns são os personagens do jogo, que tem bastante destaque, e quando um deles aparecem, tomam conta da cena, com destaque ao Dr. Robotnik, que é o único personagem humano interessante, já que novamente o Jim Carrey está super à vontade na pele do vilão, recebendo liberdade total da direção para usar seu humor físico e exagerado que combina com a instabilidade do gênio do mal.

Jim Carrey em Sonic The Hedgehog 2  / Foto de divulgação

Sonic, por sua vez, além de seu humor sarcástico que acerta na medida certa, ele tem um arco com base na jornada do herói que é fraca e genérica, mas que quase não tem importância, já que a direção coloca isso em segundo plano, apenas preenchendo lacunas na história, já que o principal foco é a interação de Sonic com os outros dois personagens de seu universo: Tails, que é bem introduzido e utilizado, além do seu visual fofo e adorável ficando ainda mais carismático, e o Knuckles (dublado na versão original por Idris Elba), que funciona como um rival e adversário a altura de Sonic, que se une ao Robotnik com um objetivo maior que a motivação do vilão do primeiro filme.

Foto de divulgação.

Esses arcos dos antagonista chegam a ser mais interessantes que a do próprio Sonic, pelo fato do enredo fazer o filme parecer um vídeo game, colocando os personagens em situações de risco, uma mais difícil que a outra, até chegar no seu objetivo no mais alto nível.

Foto de divulgação.

Os outros arcos humanos envolvendo os personagens de James Marsden e Tika Sumpter, estavam funcionando muito bem sendo pouco abordados, separando-os do Sonic, mas quando os dois arcos se chocam, o roteiro acaba dando prioridade aos personagens humanos, dando bastante destaque a Natasha Rothwell, o que faz o filme mudar por completo, se transformando numa comédia romântica.Para justificar a existência dessa sequência, o roteiro cria um contratempo na jornada de Sonic e Tails como desculpa, mas até isso é quase esquecido, até finalmente o arco dos protagonistas ser retomado no final do segundo ato.

Foto de divulgação.

A montagem é boa nas cenas de perseguição e conflitos, mas a direção não sabe priorizar o que realmente é relevante para a história, encurtando os momentos de aventura e alongando os romances humanos, o que deixa o filme longo e cansativo nas cenas que não contribuem tanto com a trajetória principal.

Por fim, Sonic 2 é uma diversão em família garantida, mas poderia ter focado mais em agradar o fã mais velho e ter assumido o filme totalmente como um vídeo game cinematográfico, do que em pensar em agradar as crianças, usando piadas infantis e afetando bastante no ritmo da história.

*Bruno Martuci é um parceiro que cedeu o seu texto publicado originalmente no site Arte Cult, que reflete a mesma opinião de Rick Nóbrega do DeuClick, ambos estiveram na cabine de imprensa do filme.

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