Whindersson Nunes e a importância da internação voluntária para a saúde mental

Reprodução Whinderson Nunes

Na última sexta-feira, o humorista e influenciador Whindersson Nunes decidiu passar por uma internação voluntária, reacendendo um debate importante sobre saúde mental: quando a internação psiquiátrica é necessária e como ela pode ser um passo essencial para a recuperação?

Whindersson sempre se mostrou transparente em relação à sua luta contra a depressão e a ansiedade, usando sua visibilidade para abrir um diálogo sobre questões que por muito tempo foram silenciadas. Para a psicóloga e especialista em alta performance Renata Silva, essa decisão é um reflexo de coragem, não fraqueza: “Buscar ajuda especializada não significa fraqueza, mas sim um compromisso com a vida e com a saúde mental”, afirma. Ela cita a famosa frase de Marsha Linehan, criadora da Terapia Comportamental Dialética (DBT): “O objetivo não é apenas sobreviver, mas construir uma vida que vale a pena ser vivida.”

Segundo Renata, a internação não deve ser vista como uma desistência, mas como um pedido de ajuda de alguém que deseja viver e precisa de suporte para atravessar um momento difícil. “A internação, nesses casos, é uma forma de garantir a segurança e o tratamento intensivo”, explica.

Mas por que, afinal, a internação pode ser necessária?

É comum a dúvida: um acompanhamento psicológico e psiquiátrico ambulatorial não seria suficiente? A resposta está no nível de sofrimento envolvido. Em casos de transtornos mentais graves, como depressão severa, episódios de esgotamento emocional intenso ou risco de suicídio, a internação se torna essencial para proporcionar um cuidado mais intensivo e seguro.

No Brasil, existem três tipos de internação psiquiátrica:

  1. Voluntária – quando o próprio paciente reconhece a necessidade de ajuda e aceita a internação.
  2. Involuntária – ocorre sem o consentimento do paciente, mas com indicação médica e autorização de um familiar.
  3. Compulsória – determinada pela Justiça, geralmente em situações que envolvem risco social.

Renata Silva destaca ainda que transtornos mentais não escolhem classe social, profissão ou status. “Uma pessoa pode ser bem-sucedida, talentosa, ter milhões de seguidores e ainda assim enfrentar um sofrimento intenso. Isso não a torna menos forte, apenas mais humana”, explica.

Divulgação
Dra. Renata Silva

A especialista também fala sobre o tabu que ainda envolve a saúde mental: “Muitas pessoas acreditam que pedir ajuda é um sinal de fraqueza, mas na verdade, é o oposto. Quem busca ajuda está tomando um passo fundamental para cuidar de si e viver melhor”, finaliza.

Se você ou alguém próximo está passando por um momento difícil, lembre-se: você não está sozinho(a). O primeiro passo pode ser conversar com alguém de confiança, procurar um profissional ou até mesmo reconhecer que o sofrimento não precisa ser enfrentado sozinho. Falar sobre saúde mental salva vidas!

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui