Ultimamente o número de camisinhas vem reduzindo nos últimos 10 anos, segundo a pesquisa da Pesquisa Nacional de Saúde Escolar (PeNSE). E entre os adolescentes o número de pessoas que usam o preservativo diminui de 72,5% para 59%. “Não estamos falamos apenas de um método contraceptivo ou de proteção ao HIV, mas de uma forma de se evitar inúmeras doenças, como o HPV que, no futuro, pode desenvolver um câncer”, destaca Lucimar Secches Ghelfi, psicóloga, psicoterapeuta sexual e especialista em disfunções sexuais masculinas.
A especialista ainda explica outros problemas sérios que envolvem esse fenômeno. “São dados alarmantes e que precisam de uma interpretação abrangente, já que o hábito sexual e acesso à informação de qualidade têm reflexo direto nas disfunções sexuais do futuro. Uma reclamação muito comum que chega ao meu consultório é a perda de ereção ao utilizar o preservativo. Em primeiro lugar, é importante estar claro que quando isso acontece, o problema não está na camisinha, mas, sim, na cabeça do homem”.
“Você vai chegar no jogo sem nunca ter treinado? Com certeza você vai brochar. E o problema disso é que muitos homens quando percebem que estão perdendo a ereção, retiram o preservativo e continuam o ato sem proteção”, destaca.
Falar sobre sexo com os filhos continua um tabu entre os adultos. Mas continua sendo o primeiro passo para proteger os jovens no futuro.
Por isso, ela costuma listar quatro razões pelas quais os pais precisam assumir as rédeas do papo sobre sexo com seus filhos assim que eles estejam aptos a compreender sobre o tema ou comecem a demonstrar curiosidade:
- Previnir o desenvolvimento de disfunções sexuais no futuro.
A internet despeja uma avalanche de informações erradas sobre sexo, que vão desde um vídeo pornográfico, onde os parceiros não usam preservativo ou realizam performances totalmente impossíveis na vida real, até pessoas não especializadas fazendo recomendações totalmente equivocadas. Isso só vai aumentar a insegurança e um hábito sexual de práticas erradas que serão replicadas durante toda a vida.
- Desenvolve autoestima e a autoconfiança.
Quando uma pessoa é preparada para lidar da maneira correta com as situações da vida, seja ela qual for, ao falar abertamente sobre suas emoções e sentimentos ela desenvolve muito mais autoconfiança e preparo. Isso tem um efeito positivo muito importante na redução dos medos, das frustrações e das ansiedades.
- Redução do risco de gravidez e doenças.
Mesmo com tanta informação sobre a contracepção, a gravidez na adolescência continua sendo algo muito comum. Um papo simples sobre educação sexual, sobre os métodos de proteção, não apenas o preservativo como também sobre os anticoncepcionais, reduz muito a chance de casais jovens acabarem com uma gravidez indesejada ou uma doença sexualmente transmissível.
- Redução do risco de abuso sexual.
Um jovem bem orientado saberá identificar um olhar um toque malicioso, estará seguro em compartilhar sua percepção, pedir ajuda ou tirar dúvidas para antecipar situações de risco de um abuso.
“Fale sobre sexualidade com seus filhos, isso pode mudar completamente a vida deles”, destaca a psicóloga, psicoterapeuta sexual e especialista em disfunções sexuais masculinas.